Política Titulo Desabrigo
PSDB de Sto.André corre risco de despejo

Morte de proprietário do imóvel vai encerrar comodato; para vice, não há condições financeiras

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
04/07/2014 | 07:35
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Denis Maciel/DGABC


Após saída em massa de lideranças, o PSDB de Santo André agora corre sério risco de sofrer despejo da sede, na qual está instalada há 15 anos no mesmo local. A morte do ex-presidente do Clube Primeiro de Maio e proprietário do imóvel, Nelson Mazzucato, em maio, vai resultar no término do contrato bilateral, que trata do prédio na Rua Antônio Bastos, 210, Centro. Diante da situação, o comodato, gratuito, que beneficiava até então o tucanato municipal, fica extinto, desalojando o partido que já foi referência na cidade.

Conforme o Código Civil Brasileiro, a característica jurídica do comodato é por ser pessoal e intransferível. A direção tucana ainda não foi notificada sobre o rompimento. O vice-presidente da legenda, Mongomery Salmenton, admitiu que os donos “podem requisitar a qualquer hora” a devolução do espaço e acredita que o aviso deva chegar em, no máximo, 20 dias. “Certo é que não há condições financeiras para pagamento de aluguel, caso a família, depois do inventário, escolha por essa opção, principalmente, porque o partido está dizimado.”

O diretório andreense passa por enfraquecimento. Na eleição de 2012, o PSDB não lançou candidatura própria à Prefeitura pela primeira vez na história, o que iniciou racha interno. O próprio presidente Ricardo Torres se colocou como vice. Primeiro, do então prefeito Aidan Ravin (PSB) e, com a ruptura do acordo travado com o governo, migrou para a chapa de Raimundo Salles (PDT). Ao pleito de outubro, também não haverá quadros da sigla na disputa, diferentemente de 2010, quando apresentou três candidatos nas urnas.

Torres afirmou que, mesmo vencendo o comodato, o partido não deixará de ter sede própria. “Caso seja necessário, os filiados vão se juntar e custear o valor de aluguel”, disse o dirigente. “É procedimento judicial. Veremos o que é cabível no processo”, concluiu. Recentemente, ele mudou o cadastro do tucanato municipal para o endereço e telefone da casa de seus pais, no bairro Paraíso, ignorando o fato de a legenda possuir imóvel, com funcionário que dá expediente diário.

Presidente resgata Pedrinho Botaro e ex-aliado de Aidan Ravin

Presidente do diretório, Ricardo Torres descartou declínio da legenda ao sustentar que novos integrantes assinarão a ficha de filiação nos próximos dias para oxigenar as fileiras do tucanato. O dirigente sinalizou pelo retorno de Pedrinho Botaro ao PSDB, que obteve 3.897 votos na eleição de 2012, ficando como primeiro suplente do PTB. Com a saída, ele, que tem histórico familiar na ‘antiga casa’, abandona a possibilidade de exercer mandato nesta legislatura.

Pedrinho compõe a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, ao lado de Torres. Antes do pleito, ele era diretor de Cultura no governo Aidan Ravin. Outro aliado do ex-prefeito que entra para o PSDB é Leonardo Carlos de Oliveira, que comandou a Pasta de Saúde e também era filiado ao PTB. Ele tentou vaga parlamentar em 2010 e 2012, mas sem sucesso.

Torres adiantou ainda o ingresso de Edilson de Oliveira, o Fumassa (PSC). Na coligação de Salles, o então social-cristão recebeu 3.081 sufrágios.




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