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Estrangeiros pagam até 50% mais caro por cardápio da Copa

Estabelecimento próximos à Arena Fonte
Nova têm menus especiais para gringos

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
04/07/2014 | 07:53
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Claudinei Plaza/DGABC


Ingressos, transporte aéreo e hospedagem eram os três principais itens que preocupavam os brasileiros antes da Copa do Mundo em razão do crescimento dos valores durante o período do Mundial. No entanto, são os gringos que vêm sofrendo com um quarto problema: os preços dos restaurantes próximos aos estádios. Em Salvador, por exemplo, um estabelecimento perto da Arena Fonte Nova oferece cardápio em português e também a opção em inglês e espanhol. O traduzido, no entanto, tem diferenças de até 50% no valor.

 E os gringos têm percebido tal artimanha dos comércios e reclamado. ‘Longe dos estádios os preços são muito mais baratos do que aqui”, disse o alemão Franz Scholtysir, 56, que aguardava seu pedido na companhia da mulher, Gudrun, 58. “Mas em comparação com os valores que pagamos na Alemanha, está tudo ‘ok’. A comida aqui no Brasil é muito boa”, ponderou o visitante, enquanto pedia uma cerveja brasileira.

 Opiniões similares têm os amigos suíços Markus Hunkeler, 25, e Ivo Ulrich, 24. Vindos de Lucerna, também ficaram assustados com os valores pagos nos arredores da Fonte Nova. “Perto do estádio está realmente muito caro. Se for longe, é possível encontrar preços muito melhores”, afirmou Markus.

 E um dos itens mais comuns dos cardápios de pizzarias brasileiras é justamente o que tem reajuste maior no menu disponível para brasileiros ou o chamado ‘Cardápio da Copa’, que é aquele com as traduções para inglês e espanhol: a pizza de mussarela sai por R$ 46 aos tupiniquins, enquanto os gringos têm de pagar R$ 69 – diferença de 50%. Outros sabores não ficam muito distantes disso. Calabresa e Peperoni têm diferenças de 49%.

 Já pratos como o bife à parmegiana com dois acompanhamentos para os torcedores brasileiros sai por R$ 41, enquanto os estrangeiros desembolsam R$ 61 (48%). Em dias de jogos, também são comercializados pedaços de pizza individuais e cada um sai por R$ 15.

 “Eu acho essa diferença pouca. A Fifa e o governo que ficam com uma grana alta”, disse um garçom que não quis se identificar.

 Em estabelecimento ao lado, o cenário não é mais animador. Apesar de cardápio único, segundo uma funcionária que preferiu o anonimato houve reajuste pouco antes do início do Mundial. Assim, uma refeição com picanha e acompanhamentos sai por R$ 47,60 por pessoa, enquanto um filé de badejo para dois é vendido por R$ 115.

Pechinchas e barganhas a poucos metros de distância

Na própria rua que dá acesso à Arena Fonte Nova, comerciantes de pequenos bares e lanchonetes, a exemplo de ambulantes, aproveitam os altos preços da concorrência e faturam alto com pechinchas. Três latas de cerveja, por exemplo, saem por R$ 5, enquanto uma garrafa de refrigerante de 600 ml é comercializada por R$ 4. Grande diferença aos R$ 8 e R$ 7 cobrados, respectivamente, por uma lata de 350 ml cerveja ou refrigerante. Se pechinchar, é possível ter até R$ 1 de desconto e os gringos descobriram tal tática.

 Em outros pontos turísticos de Salvador, como o Pelourinho e o Mercado Modelo, os preços por refeição são mais justos e em ambos os locais foram encontrados estabelecimentos com cardápios bilíngues e pratos para duas pessoas a partir de R$ 40 (estrogonofe de carne ou bife à parmegiana).

TÁXI

 Os estrangeiros também encontram problema no deslocamento pela capital baiana. Além do trânsito intenso, os taxistas que não pertencem a cooperativas (estes fazem uso do taxímetro) chegam a cobrar o dobro por corridas quando percebem que o cliente vem de outro país. “Uma corrida do (bairro) Iguatemi até a Fonte Nova dá cerca de R$ 30. Quando vê que é gringo, fala que faz um preço fechado por R$ 60”, destacou um profissional que não quis se identificar.

 Uma saída são os moto-taxis. Um deslocamento entre a Fonte Nova e o Pelourinho, em percurso de aproximadamente dois quilômetros, sai por R$ 10. 




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