Esportes Titulo Mudanças
Salário em dia terá
peso na Série A-2

Clube que atrasar pagamento de jogadores poderá perder
pontos na classificação; Ramalhão e Tigre aprovam medida

Thiago Bassan
Thiago Silva
27/10/2011 | 07:38
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A Federação Paulista de Futebol inovou ao anunciar o regulamento da Série A-2 do Campeonato Paulista de 2012, ontem, na sede da entidade. Agora, os times que atrasarem salários dos jogadores por mais de 15 dias após o vencimento do contrato vão perder pontos na classificação, segundo decisão do Conselho Arbitral da FPF.

Caso o pagamento não ocorra até o prazo de 15 dias, o clube será citado pelo Tribunal de Justiça Desportiva e pode ir a julgamento, correndo risco de punição com a perda de três pontos na tabela da A-2.

A medida, inédita no futebol brasileiro, agradou aos dirigentes de Santo André e São Bernardo, representantes da região no torneio.

Segundo o vice-presidente da gestão empresarial do Santo André, Romulado Magro Júnior, a regra beneficiará os clubes que levam a sério os seus compromissos. "Achei saudável essa iniciativa da federação. É importante para quem administra e também aos jogadores. Isso vai nivelar a competição e força os clubes a fazerem orçamento dentro de suas realidades", destacou.

Os benefícios, segundo Romualdo, serão visíveis no Ramalhão. "Para o Santo André, a medida é boa. Nós sempre procuramos manter os salários em dia, mesmo com todas dificuldades que enfrentamos aqui. E agora não será diferente", disse.

O presidente do São Bernardo, Luiz Fernando Teixeira, também aprovou a iniciativa da FPF. "Sou favorável, fui um dos defensores desta ideia. Parabenizei o presidente (Marco Polo Del Nero) por essa medida. Se você trabalha e não recebe, quando tem o dia de receber fica complicado. Eu acho que é justo mesmo, quem não cumprir vai perder pontos", afirmou.

Teixeira relembrou o Paulista da Série A-2 de 2009, que teve o Rio Branco entre os clubes que conquistaram o acesso, mesmo com os vencimentos dos atletas atrasados e comparou a medida com possíveis situações de empresas.

"Em 2009, o Rio Branco de Americana subiu, mesmo com cinco meses de salários atrasados. Não adianta, por exemplo, o Diário do Grande ABC trazer jornalistas de peso e não pagar o salário desse povo. É o mesmo no futebol. Cada clube tem de montar seu time de acordo com suas possibilidades. E trabalhar com torcida e patrocinadores, que são as fontes de renda na A-2. E também tem outra coisa: depois o presidente sai do clube e deixa grande dívida. Eu defendo que no futebol você tenha pessoas sérias", comentou Teixeira.

INDEFINIÇÃO

Apesar de algumas questões terem sido estabelecidas, nem tudo está definido para o início da competição. Penapolense, Santacruzense, Velo Clube e São Carlos, equipes que subiram para a A-2 neste ano, não estão garantidas no torneio. Os clubes precisam comprovar para a FPF até o dia 15 que possuem estádios com capacidade mínima de 15 mil lugares. Caso não consigam atender tal exigência, perderão os lugares para Taubaté, Flamengo, Grêmio Osasco e XV de Jaú.

Regulamento para 2012 também é alterado

Outra novidade na reunião do Conselho Arbitral da Federação Paulista de Futebol foi a mudança no regulamento da Série A-2. Os 20 clubes jogarão entre si, em turno único. Os oito melhores classificados vão brigar pelo acesso à elite.

A alteração também agradou aos clubes do Grande ABC. Santo André e São Bernardo defendiam a disputa entre todos os times da A-2 e não queriam que o regulamento desta temporada fosse repetido, quando as equipes foram divididas em dois grupos regionalizados.

"Na Série C, por ser torneio regionalizado, enfrentamos fortes times do Sul do País. Essa medida da federação torna o campeonato igual. Teremos viagens desgastantes, mas é bom porque eleva o nível da disputa. Se um azarão enfrenta adversários fáceis em sua chave, pode garantir o acesso mesmo sem ter boa equipe. Mas desse jeito não. Quem tiver mais regularidade, ganha", disse Romualdo Magro Júnior, do Ramalhão.

Luiz Fernando Teixeira, do Tigre, seguiu o raciocínio. "Defendi que fosse a proposta de apenas um grupo. O processo é mais justo. Conseguimos convencer a maioria dos clubes. Estou otimista quanto a essa fórmula, agora é trabalhar para subir", comentou.

Porém, a decisão da entidade de mudar o regulamento é considerada irregular, de acordo com o Estatuto do Torcedor. Pelo regulamento, o formato para dipsuta de um torneio só pode ser modificado após dois anos.




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