A vitória na 22.ª rodada é um alento para a torcida alvinegra, pois o time faz uma campanha irregular no Campeonato Brasileiro, mas conseguiu chegar à 7.ª posição, com 34 pontos, com um futebol que, segundo Seedorf, "tem mais valor". "Quando a gente consegue dar uma contribuição é ótimo. Para mim, tem muito mais valor quando a equipe funciona assim", disse. Situação oposta à do Cruzeiro, que esboçava uma reação na competição com três jogos sem derrota, sendo duas vitórias consecutivas, mas viu o G4 ficar um pouco mais longe ao cair para o 8.º lugar, também com 34 pontos.
A partida desta quarta começou amarrada, com forte marcação dos dois times no meio de campo. E foi o Botafogo quem conseguiu se desembaraçar primeiro e deu trabalho para a defesa celeste na maior parte do início da partida. Porém, mesmo com a pressão dos visitantes, o Cruzeiro começou a se soltar e soube aproveitar a primeira grande oportunidade que criou. Após um ataque frustrado de Elkeson, Borges recebeu lançamento de Souza, invadiu a área, mas bateu em cima do goleiro Renan. Só que o arqueiro não segurou. Tinga chegou de trás e, com a bola já na entrada da área, fuzilou a rede e abriu o marcador.
A partir daí, o time mineiro deu a impressão de que havia se inspirado e assumiria sem dificuldade o comando da partida. Aos 34 minutos, porém, o cenário no Independência deu uma reviravolta. Fellype Gabriel fez um lançamento perfeito à esquerda do goleiro Fábio e, em uma bobeada da zaga celeste, Seedorf entrou em velocidade na área e emendou de primeira para empatar. O gol deixou a equipe da casa atordoada, tanto que, dois minutos depois, foi Fellype Gabriel quem recebeu na área lançamento de Elkeson. O meia girou e deixou para o astro holandês encher o pé e virar o placar.
Durante o intervalo, o técnico Celso Roth fez duas alterações no Cruzeiro e deve ter dado um bom puxão de orelha nos jogadores, pois a equipe voltou para o campo mostrando uma disposição diferente. O time passou a correr mais e tentou fazer valer o mando de campo. Com a vantagem, a equipe alvinegra evitou se expor, mas sem se acomodar e tentava aproveitar toda brecha dos anfitriões, principalmente nos contra-ataques.
E foi em um contragolpe aos dez minutos que Seedorf mais uma vez se impôs no Independência. O holandês recebeu passe na esquerda e sem dificuldade deixou Leandro Guerreiro para trás. Em seguida, lançou Jadson completamente livre na área e o volante precisou apenas tirar Fábio da jogada para ampliar a vantagem.
O Cruzeiro partiu para o tudo ou nada e bem que conseguiu criar algumas oportunidades, mas o nervosismo dos jogadores do time mineiro e boas defesas de Renan impediram que os anfitriões se aproximassem no placar. E, com o jogo mais aberto, a equipe da casa ainda deu espaço para o adversário voltar a ameaçar o gol celeste. Para sorte dos anfitriões, no entanto, o ataque botafoguense perdeu a objetividade que havia mostrado e desperdiçou chances de ampliar ainda mais a diferença. "O time começou bem, fez o gol, mas depois desestabilizou. E o Seedorf começou a armar as jogadas", desabafou Souza.
FICHA TÉCNICA
CRUZEIRO 1 x 3 BOTAFOGO
CRUZEIRO - Fábio; Léo, Rafael Donato, Mateus e Everton; Leandro Guerreiro, Sandro Silva (Élber), Tinga e Souza (William Magrão); Wallyson (Wellington Paulista) e Borges. Técnico: Celso Roth.
BOTAFOGO - Renan; Lucas, Dória Fábio Ferreira e Márcio Azevedo (Gilberto); Gabriel, Jadson, Seedorf, Fellype Gabriel (William e Brinner) e Andrezinho; Elkeson. Técnico: Oswaldo de Oliveira.
GOLS - Tinga, aos 18, e Seedorf, aos 34 e aos 36 minutos do primeiro tempo; Jadson, aos 10 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS - Everton (Cruzeiro); Gabriel, Márcio Azevedo e Fábio Ferreira (Botafogo).
ÁRBITRO - Luiz Flávio de Oliveira (SP).
RENDA - R$ 335.880,00.
PÚBLICO - 13.957 pagantes.
LOCAL - Estádio Independência, em Belo Horizonte (MG).
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