Setecidades Titulo Clima
Grande ABC registra
três queimadas por dia

Com 314 casos, incêndios em matas da região tiveram alta
de 51,7% neste inverno, na comparação com o ano passado

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
31/08/2012 | 07:00
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A cada dia, cerca de três focos de incêndio são registrados nas matas da região durante o inverno. Segundo o Corpo de Bombeiros, entre os dias 1º de junho e 28 de agosto foram 314 queimadas no Grande ABC. O número é 51,7% maior do que o do mesmo período do ano anterior, quando foram contabilizadas 207 ocorrências. O tempo seco é apontado como a principal causa.

Na opinião do comandante interino do Corpo de Bombeiros do Grande ABC, major Alexandre Ocampos, a estiagem observada em agosto foi decisiva para o aumento. Dados da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil apontam que, até ontem, a estação meteorológica de Santo André registrou apenas 0,8 milímetro de chuva. Em 2011, o mês teve 86,2 milímetros de água.

Em junho e julho deste ano, o índice de chuva foi 267% maior do que o mesmo período de 2011. O índice pluviométrico passou de 89,2 para 327,4 milímetros. O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) classifica que, na maioria das áreas do Estado, o risco de fogo vai de alto a crítico.

O comandante dos bombeiros explica que a maioria das queimadas tem início após intervenções humanas. "Muitos incêndios começam em descuidos, como queima de lixo e fogueiras. Há também ocorrências iniciadas após queda de balão", ressalta Ocampos. O major salienta que a vegetação seca faz com que o fogo se propague de forma mais rápida, dificultando o controle.

Outro fator de risco apontado pelo bombeiro é o descarte de bitucas de cigarro acesas. "Principalmente em estradas, é muito comum ver motoristas jogarem a ponta do cigarro pela janela do carro. O vento faz com que o fogo fique mais forte e aumente o risco de incêndios", complementa.

As rodovias que cortam o Grande ABC passam por áreas de proteção a mananciais, portanto, com grande quantidade de vegetação. As cidades que registraram maior quantidade de ocorrências são as atendidas pelas estradas, como São Bernardo, Mauá e Santo André (leia ao lado).

MAUÁ

Sexta-feira, incêndio atingiu mata ao lado da Avenida Papa João XXIII, em Mauá. O fogo teve início por volta das 11h e só foi controlado no início da noite, atingindo área pertencente à empresa AkzoNobel, que atua no ramo químico. Os bombeiros precisaram do auxílio do helicóptero Águia, da Polícia Militar, para conter as chamas. Ninguém ficou ferido, mas a fumaça prejudicou a visibilidade no acesso ao Rodoanel.

Mauá, São Bernardo e Santo André têm maioria dos casos

São Bernardo foi a cidade com mais queimadas em matas nos três últimos meses, com 91 casos. O aumento foi de 31,9% em relação ao mesmo período de 2011. Mauá teve 75 ocorrências, mas o acréscimo foi superior ante o ano passado, de 70,4%. Santo André também teve crescimento, de 71,8%, passando de 39 para 67 registros. As três cidades são cortadas pelas maiores rodovias da região: Anchieta, Imigrantes e Trecho Sul do Rodoanel. O Corpo de Bombeiros atribui o alto número às bitucas de cigarro jogadas pelos motoristas nas estradas.

Ribeirão Pires teve 43 queimadas, número 59,2% maior do que no ano passado. Diadema teve 31 episódios e Rio Grande da Serra três. A única cidade que teve queda foi São Caetano, passando de seis para quatro casos.




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