Economia Titulo Oportunidade
S.Bernardo e S.Caetano se
preparam para Copa 2014

Prefeituras estão investindo em parcerias para divulgar o
turismo e atrair seleções; indicações foram feitas pelo COL

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
27/08/2012 | 07:02
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A escolha de São Bernardo e São Caetano como subsedes da Copa do Mundo de 2014 está movimentando a administração pública das cidades na busca por melhorias para aprimorar o turismo e atrair os olhares de uma das 32 seleções estrangeiras - que só aportam na região se gostarem dos municípios, dos hotéis (no caso, os indicados são o Liau Hotels Park Plaza em São Bernardo e o Mercure em São Caetano) e dos estádios (1º de Maio em São Bernardo e Anacleto Campanella em São Caetano). As indicações foram feitas pelo COL (Comitê Organizador Local).

Tanto que São Caetano já está elaborando material de divulgação em parceria com o hotel Mercure, com informações turísticas da cidade, para enviar às seleções - o que deve ocorrer até outubro. "A Fifa determinou uma lista de itens que têm de ter nos hotéis e outra a respeito do que não pode ter", conta a coordenadora de turismo da Prefeitura, Cristiane Coradini. "Por isso já convidamos os hotéis do município para explicar o cenário e buscar melhorias."

A intenção não é somente chamar a atenção das seleções, mas também de turistas estrangeiros que optem por São Caetano para assitir à abertura do mundial de futebol e à um dos cinco jogos que acontecerão em São Paulo, no Itaquerão. A Prefeitura pretende promover locais como Parque Chico Mendes, Museu Histórico Municipal e Casa do Artesão, entre outros.

"Vamos ter reuniões também com bares e restaurantes da cidade, para identificar quais as demandas de cada grupo da cadeia produtiva do turismo", diz Cristiane. "Então, entraremos em contato com parceiros para oferecer qualificação aos prestadores de serviço e comerciantes, para ensinar segundo e terceiro idiomas e dar cursos sobre como recepcionar." São Caetano tem hoje seis hotéis e um total de 6.603 estabelecimentos comerciais e 21.621 prestadores de serviços. A Prefeitura não possui em separado os dados que só envolvem o turismo.

Focada em transformar a cidade em uma estância turística, a Prefeitura de São Bernardo lança mão de investimentos a fim de promover melhorias em seus destinos. A ideia não é só conquistar a vinda de seleções ‘gringas' durante a Copa de 2014 como colocar o município de vez na rota do turismo paulista. O primeiro passo já foi dado, e a cidade ganhou um Centro de Informações Turísticas, em maio.

De acordo com a diretora de turismo de São Bernardo, Soraia Dias, para requalificar equipamentos e atrativos turísticos, como Cidade da Criança, Parque Estoril, Prainha do Riacho Grande, Museu do Trabalhador e sinalização turística estão sendo investidos R$ 43 milhões. Para promover e divulgar o turismo, R$ 350 mil e, em festas e eventos anuais, R$ 150 mil.

A Prefeitura quer fazer convênio com o Ministério do Turismo para oferecer cursos de alimentos e bebidas, hospedagem, gestão turística, prestação de serviços, inglês e espanhol, como aconteceu no ano passado, para melhor preparar a qualidade do serviço dos profissionais da cidade.

A cidade conta atualmente com 587 estabelecimentos comerciais e de serviços (levantamento abrange as informações mais relevantes para o turismo), sendo 210 voltados à alimentação e 38 à hotelaria (a maioria é de motéis - hoje há nove hotéis na cidade, e até 2014 devem se estabelecer mais quatro). O setor de turismo emprega 6.300 pessoas.

 

Iniciativa do Sebrae e Senat tem curso de idiomas para taxistas

Iniciativa do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo) e do Senat (Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte) está capacitando taxistas da região. Aqueles que quiserem aprender segundo ou terceiro idioma, caso das línguas inglesa e espanhola, podem ter aulas sem gastar nada. Os cursos, que utilizam método de ensino a distância, oferecem apostila e CDs personalizados. Os alunos só vão ao Senat para tirar dúvidas e fazer provas. "Os taxistas passam muito tempo no carro, dirigindo ou esperando clientes e, neste período, podem estudar", explica o consultor do escritório regional do Sebrae Marcelo Alciati, também coordenador de oportunidades para a Copa no Grande ABC. Os interessados podem procurar por uma das entidades. Atualmente, cerca de 100 profissionais estão estudando.

Para Alciati, o maior desafio para atender as necessidades do mundial de futebol é tornar o empresário capacitado. "O empreendedor precisa ver se o seu trabalho é benfeito." No caso da fabricação de produtos alusivos à Copa, o coordenador revela que é preciso pagar royalties para a Fifa. Por isso, vale mais a pena desenvolver itens que lembrem o Brasil, e não o campeonato.

A região será local de passagem para turistas que forem à Vila Belmiro, em Santos. "É oportunidade para atrai-los para comer ou dormir aqui."

 

Empresário conquista oportunidade no mundial

O empresário são-bernardense Edésio Mandelli é do tipo que não deixa nenhuma oportunidade escapar. Morou durante 11 anos nos Estados Unidos e fez do idioma atalho para subir na vida. Quando voltou, em 1997, abriu seu negócio, a Elegance Veículos Especiais, que aluga carros para casamento, mas logo surgiu a chance de ir para Brasília trabalhar como secretário do embaixador do Paquistão. Deixou sua mulher no comando da firma, um ano e dois meses depois retornou e a experiência lhe rendeu contatos para transportar autoridades até o Palácio dos Bandeirantes.

Aí apareceu a grande chance. Foi indicado para participar de processo seletivo em empresa de segurança responsável pelo transporte de toda a equipe de um canal de televisão esportivo norte-americano. Passou e foi escolhido como coordenador geral da atividade no Estado de São Paulo. Serão R$ 800 por dia durante dois meses. O que significa que, se ele trabalhar pelos 60 dias, vai faturar R$ 48 mil em dois meses.

Paralelo a isso, Mandelli está montando equipe, que por ora conta com mais sete pessoas, todas bilíngues, para prestar serviço aos turistas. "A ideia é cuidar de todo o receptivo. Levar o cliente VIP para ver o jogo e a mulher dele, para fazer compras", conta. Ele vai oferecer o serviço em hotéis da região e de São Paulo.

"É essencial ter um segundo idioma. Quem souber pode lucrar com a Copa. Mas acho que vão faltar motoristas bilíngues", opina.

 

 




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