Não sei se vocês repararam na beleza que está sendo a Copa, sua organização, a qualidade de...
Não sei se vocês repararam na beleza que está sendo a Copa, sua organização, a qualidade de algumas equipes, a lotação dos belos estádios, o comportamento civilizado dos torcedores visitantes, cujo colorido e bulício enfeitam as ruas das cidades-sede com riqueza de tons e sons. Isso é fato e fatos não se contestam. A Copa, como tal, vai bem, obrigado.
É verdade que a sociedade esteve dividida, nos últimos meses, em relação a esse evento. De um lado, aqueles que reprovavam o padrão elevado e oneroso imposto pelas rigorosas exigências da Fifa, a atenção dada ao conforto dos visitantes, o ínfimo padrão dos serviços prestados pelo Estado brasileiro aos cidadãos nativos, o atraso das obras, especialmente daquelas ligadas à Mobilidade Urbana, que restariam como benefício permanente às cidades onde se disputam os jogos.
Agora, a bola está rolando nos estádios e, no debate político, a seguinte questão é insistentemente colocada: quem tinha razão afinal? Os que eram ou se tornaram contra, ou os que sempre foram e se mantiveram a favor?
Suponhamos, para bem entender e nos posicionarmos corretamente perante essa contradição, que o chefe de família, de recursos limitados, sem consulta alguma, resolva envolver a família toda na organização de grande banquete que ofereceria à numerosa vizinhança do bairro. Tudo preparado com esmero. Os melhores cozinheiros e garçons, o melhor bufê, excelentes vinhos e espumantes, exuberante decoração, boa música ao vivo, seguranças e motoristas especialmente contratados, e tudo confiado aos zelos da melhor promotora de eventos. Gente padrão Fifa. Concluída a festa, é claro, ninguém tinha de que reclamar. Não havia defeito a apontar. Nenhuma flor murcha, nenhuma louça trincada. Sucesso absoluto! A família, é claro, gastou o que não tinha numa muito bem-sucedida festa proporcionada aos outros. A ela, à economia familiar, restaram as contas a pagar, o prolongado aperto nos gastos para compensar o esbanjamento feito em algo absolutamente supérfluo, dispensável, e que correspondia a nenhuma conveniência ou urgência do grupo familiar.
É muito parecido com essa parábola o assunto de que estamos tratando. Bilhões foram gastos nos luxos de festival futebolístico que não estava nos planos nem nas urgências da família brasileira. Aqui, como na parábola acima, o mínimo que se deve dizer de quem decidiu realizar a festa, por conta própria e risco alheio, é que suas prioridades entraram em conflito com os anseios dos cidadãos do País. É por isso que Lula está assistindo aos jogos da Copa instalado no sofá da sala.
Percival Puggina é arquiteto, empresário, escritor, colunista de dezenas de jornais e sites no País, autor de crônicas e integrante do grupo Pensar+ e da Academia Rio-Grandense de Letras.
Palavra do leitor
Irmãos Correa
Justiça do Trabalho, Sindicato dos Rodoviários do ABC, advogados, Justiça... Para quem? Por volta de 150 trabalhadores estão sem receber direitos trabalhistas desde o dia 10 de maio de 2011, após serem demitidos pela empresa Irmãos Correa Ltda, de Ribeirão Pires. Em reunião no sindicato foi prometido pagar a todos, porque o dinheiro já estava em ‘mãos’, palavras ditas pelos donos. Mas isso nunca aconteceu! Já houve audiência na Justiça do Trabalho, mas, até agora, nada. O terreno onde era a garagem está penhorado para pagar os trabalhadores, mas o – muito – estranho é que este mesmo terreno está para alugar. Os trabalhadores estão se sentindo abandonados pela Justiça do Trabalho, pelo Sindicato dos Rodoviários do ABC e pelos advogados que estão nos defendendo, que não nos dão informação nenhuma.
Silvio Cesar Gonçalves
Ribeirão Pires
Doleiro
Li neste Diário (Política, dia 26) que um doleiro preso na Operação Lava Jato foi solto após concordar em pagar R$ 2 milhões de fiança. Deu R$ 200 mil de entrada e vai pagar o saldo em um ano e meio, com parcelas de R$ 100 mil cada. Quer dizer que desembolsou R$ 200 mil e vai continuar ‘trabalhando’ para pagar as mensalidades? Só no Brasil, mesmo!
Sebastião Oliveira
Santo André
MTST 2
Isso mesmo, MTST 2! Já me manifestei contra esse movimento e continuo irritado, pois trata-se de ‘baderna continuada’, invasões a todo momento, acampamentos falsos, pois não há ninguém dentro das barracas, com apoio do prefeito e seus aliados vereadores fanfarrões. Até quando a cidade de São Paulo vai suportar essa bagunça? Por que só invadem áreas em São Paulo? Não temos mais espaço para nada! Acabaram com nossas áreas de mananciais e preservação ambiental. Bando de inconsequentes. Paços do Grande ABC, prefeitura de São Paulo e Ministério Público, aguardo retorno!
Luiz Posterari
Mauá
Sem acordo
O ministro Gilberto Carvalho, responsável pela Secretaria-Geral da Presidência da República, talvez sem ter o que produzir de concreto, vital e de inteligência, disse ter-se reunido, antes da Copa, com aproximadamente 30 simpatizantes e praticantes do movimento news revolutions, alcunhados de black blocs, em São Paulo. Para tentar acordo, que terminou sem acordo. Acredito que o nobre ministro deverá tentar o mesmo com os chefes das facções que coordenam o crime organizado no Brasil. Quem sabe, depois exportar sua performance para o ditador da Síria Bashar al-Assad, no sentido de que ele troque suas armas químicas por estilingues fabricados por nós. Belisquem-me, pois devo estar num pesadelo.
Cecél Garcia
Santo André
Aquele!
Há aquele político semianalfabeto que nas entrevistas intercala suas respostas sempre com a pergunta ‘sabe?’. Aquele, que se gaba de nunca ter tirado diploma, que nunca ou muito pouco trabalhou, mas que sempre dizia lutar em defeza dos trabalhadores e aposentados; que já se comparou a Getúlio Vargas, a Robin Hood e sem a menor noção do ridículo até a Jesus Cristo; que tudo entende e de tudo sabe, mas na hora de explicar atos de corrupção envolvendo seus cumpanheros diz que não viu nada e não sabe de nada; que enganou milhões de pessoas humildes e ingênuas e que não devemos acreditar em suas bazófias. Todavia, uma verdade ele disse: ‘O Brasil nunca mais será o mesmo depois que eu for presidente!’ Corrupção como nunca, invasões, vandalismo, parasitismo e total impunidade são o que temos no Brasil hoje!
Nilson Martins Altran
São Caetano
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