Esportes Titulo A Minha Copa
Foi muito triste perder em 1982, constata Lima
da Redação
26/06/2014 | 08:00
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A Copa que acompanhei com mais entusiasmo foi a de 1982, na Espanha. Lógico que, falando de Brasil, as conquistas de 1994 e 2002 foram mais importantes. Só que aquela seleção tinha um talento incomparável. Lembro a maneira como o time jogava como se fosse hoje. Foi uma pena não ter sido campeão. Fica difícil, mesmo após tanto tempo, eleger apenas um craque de 1982, em grupo que contou com Zico, Falcão, Sócrates e Toninho Cerezo.

Eu era um garoto e, com 9 anos de idade, já batia bola com os amigos, sem nenhuma responsabilidade. Assisti a maior parte dos jogos na casa da minha avó. Tínhamos aquela mania de pintar a rua, colecionar figurinhas, foi muito bacana. Passei a minha infância no Jardim Estella, em Santo André, e a gente fazia uma festa fora do comum em todos os jogos do Brasil.

Lembro que os garotos apostavam em quem seria o campeão. A maioria acreditava no Brasil, e não era para menos. Porém, um time tão qualificado como aquele acabou ficando pelo caminho. Não acho que tenha faltado nada para a Seleção. Lógico que tivemos alguns erros, que foram fundamentais para que a equipe perdesse o jogo contra a Itália. Mas quem não erra em qualquer profissão? Falam muito do lance com o Cerezo, naquela derrota por 3 a 2, que decretou a nossa eliminação, mas não pode ter sido apenas um lance que tenha feito com que a equipe perdesse a chance de ser campeã. Foi o conjunto, que depois não conseguiu mais reagir.

Dois jogos daquela Copa ficaram marcados eternamente. Esse contra a Itália, porque a eliminação dói para nós, brasileiros, até os dias atuais. E o duelo contra a Argentina. Antigamente, na segunda fase, o regulamento era diferente de hoje. Assim, tivemos de encarar os nossos rivais. Estava engasgado aquele título deles em 1978, que foi recheado de polêmicas. E em 1982, conseguimos dar o troco da melhor maneira possível. Foi uma vitória por 3 a 1, que não deixou dúvidas sobre o potencial do Brasil.

Entretanto, o gol mais bonito foi o do Zico contra a Escócia, em jogo que ganhamos por 4 a 0 na fase inicial. Uma cobrança de falta perfeita, em que o goleiro ficou parado, estático no lance. Nunca vi um cobrador de faltas tão eficaz como o Galinho de Quintino. O principal daquela seleção era o grupo, muito forte, qualificado. A qualidade técnica que fazia a diferença. Hoje não se tem mais isso, o futebol perdeu a sua força.

* Anderson Lima Veigat em 41 anos, é auxiliar técnico do Vitória (Bahia) e, quando jogador, atuou no São Paulo, e foi campeão paulista pelo São Caetano em 2004.




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