Setecidades Titulo Meio ambiente
Usina de lixo terá debate em setembro

Audiências públicas sobre obra estão previstas para os dias 2 e 4

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
18/06/2014 | 07:00
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Andréa Iseki/DGABC


 As duas audiências públicas que discutirão a instalação de usina de incineração de lixo em São Bernardo estão previstas para acontecer nos dias 2 e 4 de setembro, segundo a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental). Inicialmente, os eventos seriam realizados no início de abril no município e também em Diadema – já que o projeto será instalado na área do antigo lixão do Alvarenga, que faz limite com as duas cidades. As atividades, porém, foram canceladas a pedido da própria Cetesb, para esclarecimento de questões técnicas e legais referentes ao processo, de acordo com o órgão.

O Spar-URE (Sistema de Processamento e Aproveitamento de Resíduos e Unidade de Recuperação Energética), como é chamado o projeto da usina de lixo, visa aumentar o percentual de material reciclado – atualmente em apenas 1,8% –, além de transformar o lixo em energia por meio da incineração dos resíduos.

Para o ambientalista e presidente do Movimento em Defesa da Vida do Grande ABC, Virgílio Alcides de Farias, a empreitada é ilegal, já que o espaço está localizado em Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais da Bacia Hidrográfica da Represa Billings. “A usina é atividade expressamente vetada pela Lei Específica da Billings e se opõe à Política Nacional de Resíduos Sólidos, que prioriza a coleta seletiva e reciclagem, com vistas a minimizar a extração dos recursos naturais. Ao propor a instalação de incinerador, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), demonstra que não tem compromisso com a despoluição das águas da Billings”, fala ele, completando que, por essa razão, acionará a Justiça na tentativa de vetar as audiências públicas. “Elas são ilegais, pois visam licenciar atividade proibida pela lei. Por isso, adotarei medidas judiciais para impedi-las.”

Segundo a Cetesb, o EIA-Rima (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental) encontra-se em análise, e a previsão é concluir o documento após as audiências públicas.

A expectativa da Prefeitura é que a usina funcione a partir de 2016. Procurado para falar sobre o andamento das discussões, o secretário de Serviços Urbanos, Tarcísio Secoli, não retornou ao pedido de entrevista até o fechamento desta edição.




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