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Inauguração vira ato pró-Dilma Rousseff

Evento de abertura de centro odontológico em São Bernardo serve de palanque político para presidente

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
29/05/2014 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


O evento de inauguração ontem da unidade do programa Brasil Sorridente/CEO (Centro de Especialidades Odontológicas) Alvarenga, em São Bernardo, serviu de palanque político para a presidente Dilma Rousseff (PT), prestes a entrar na campanha de reeleição ao Palácio do Planalto. As declarações públicas proferidas a um plenário lotado deram conotação eleitoral à visita da petista, que já marcou outra data para desembarcar no Grande ABC: 28 de junho, quando entregará 880 moradias em Santo André e 220 unidades habitacionais em Diadema.

Além de Dilma, estavam presentes o ministro da Saúde, Arthur Chioro (PT), e o ex-gestor do ministério e pré-candidato do PT ao governo do Estado, Alexandre Padilha, que foi designado para entrevista com jornalistas após a atividade.

Provável coordenador da futura candidatura petista no Estado, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), sustentou que a região “agradece a parceria dessa grande presidente”, dando início ao tom de campanha antecipada no ato de lançamento da segunda unidade odontológica do município. Para ele, não fosse a aliança com “essa mulher competente e porreta” ficaria impossível existir condições de “realizar tanto” pela cidade.

Os chefes de Executivo Carlos Grana (PT, Santo André), Saulo Benevides (PMDB, de Ribeirão Pires) e Gabriel Maranhão (PSDB, de Rio Grande da Serra) também compareceram à solenidade. Marinho fez questão de falar sobre continuidade do projeto petista. “Queremos inaugurar o terceiro centro, em janeiro (de 2015), no (Jardim) Silvina, para triplicar a capacidade, chegando a quase 10 mil procedimentos ao mês. Espero que a senhora (Dilma) esteja na Presidência para participar (do lançamento).”

Segundo Marinho, os investimentos de Brasília estão sendo efetivados graças aos governos Lula e Dilma. “O PPA (Plano Plurianual) do meu antecessor (William Dib, PSDB) era de R$ 840 milhões. Planejamos (para 2014) R$ 3,9 bilhões, sendo 1,1 bilhão de OGU (Orçamento Geral da União), R$ 1,6 bilhão de financiamento federal e bancos e R$ 1,2 bilhão do Tesouro”. Foi a quinta vez que a petista pisou no Grande ABC, todas em São Bernardo, governada desde 2009 pelo pupilo do ex-presidente Lula.

A legislação eleitoral proíbe campanha antecipada, sujeitando o responsável pela sua veiculação, bem como o beneficiário, à multa no valor de R$ 5.000 a R$ 25.000. Pelo calendário divulgado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), propaganda política só pode ser difundida a partir do dia 6 de julho. Pode-se concluir como campanha extemporânea quando há mensagem de alusão ao processo eleitoral, com menção ao nome do candidato, exaltação de qualidades pessoais, com o propósito de induzir o eleitor.

Apesar de agendar o retorno para a região, a chefe da Nação ainda não fez a liberação dos R$ 2,1 bilhões anunciados em agosto para obras de Mobilidade Urbana, Habitação e infraestrutura em áreas de risco. Passados nove meses da promessa em transferir aporte, prefeituras e ministérios seguem discutindo projetos executivos para as intervenções.

Em discurso, petista critica FHC e diz que herdou passivo

Durante seu discurso na solenidade de ontem, em São Bernardo, a presidente Dilma Rousseff (PT) disparou contra o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB, de 1995 a 2002), antecessor de Lula, seu padrinho político.

“São 80 milhões de brasileiros (beneficiados com programa de atenção à Saúde bucal promovida pelo governo federal). Quem antes de 2003 tinha ação como essa? Muito pouco. Estamos correndo atrás daquilo que não fizeram e fazendo a nossa parte. Pois herdamos passivo”, disse Dilma.

A presidente citou que, em dez anos do projeto Brasil Sorridente, foram distribuídas 500 mil próteses dentárias, número 20 vezes maior, segundo a petista, do que o oferecido na gestão de Fernando Henrique.




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