As duas vítimas fatais da explosão na unidade da academia Tem Esportes do bairro Pauliceia, em São Bernardo, morreram em decorrência de hemorragia interna. O laudo do exame necroscópico feito pelo IML (Instituto Médico-Legal) apontou que a professora de natação Hélne Boriczeski Alves, 26 anos, e o torneiro mecânico Marcos Aparecido Pardim, 50, tiveram anemia aguda interna traumática provocada por agente contundente. O acidente ocorreu na manhã do dia 17 após vazamento de gás.

A funcionária, que trabalhou na academia por pouco mais de um mês, teve lesões no pulmão esquerdo, além de ruptura no fígado, baço e rim esquerdo. Ela também teve fratura completa de ambas as pernas e escoriações na cabeça e tronco. Já Pardim, que morava na casa que dava fundos ao prédio acidentado, teve hemotórax, que é o derrame na cavidade pleural – espaço entre as duas membranas que revestem os pulmões. Foi constatada ainda ruptura da artéria aorta torácica,além de fratura do cotovelo esquerdo e ferimentos externos pelo corpo.

A delegada Telma Regina Violi Preto, titular do 5º DP (Pauliceia), ainda aguarda conclusão dos laudos do Instituto de Criminalística, que apontarão o que motivou o vazamento de gás. Ela já acionou os representantes da Consigás – empresa que fornecia o combustível à academia –, mas os depoimentos serão formalizados somente depois que a companhia localizar documentos referentes à prestação do serviço no local.

A distribuidora acusa funcionários da Tem Esportes de negligência. Isso porque, segundo a empresa, aquecedores de propriedade da academia foram desconectados da rede de gás sem que fosse feita a vedação correta, com plugues, dos pontos de saída. O advogado Roberto Leonessa, que defende o proprietário da rede, Mário Leonardo Vendrami, nega a existência de irregularidades e afirma que o empresário só irá atender à imprensa depois que os laudos forem apresentados à delegada.