Setecidades Titulo São Bernardo
Paciente perde consulta
por falta de transporte

Cadeirante de São Bernardo que faz tratamento
na capital paulista reclama do serviço municipal

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
29/05/2014 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Paciente atendido pelo transporte gratuito oferecido pela Secretaria de Saúde de São Bernardo reclama da dificuldade em conseguir vagas no sistema. O problema, gerado por haver mais demanda de pessoas que necessitam do serviço que veículos disponibilizados pela Prefeitura, acarreta perda de consultas e terapias, além da ampliação do tempo de espera pela remarcação dos procedimentos.

O morador do bairro Capelinha Carlos Alberto Lopes, 30 anos, tem lesão medular e, por ser cadeirante, precisa do transporte público municipal para dar prosseguimento ao tratamento realizado às sextas-feiras na AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), na Capital, há cinco anos.

Nesta semana, ele se sentiu invisível. De acordo com a irmã de Carlos Alberto, a autônoma Eliene Lopes, 40, a principal dificuldade é agendar transporte para procedimentos avulsos. “Sempre pedimos com antecedência, mas estamos cansados de ouvir não e perder consultas”, observa. O último episódio aconteceu na terça-feira, quando a família teve pedido negado para reavaliação agendada há seis meses na AACD. “Moramos longe e, além das dificuldades de falta de infraestrutura nas calçadas e ruas, o mau tempo impediu que a gente fosse sozinho”, diz.

No geral, Eliene destaca que, quando o paciente perde a consulta, volta para o fim da fila. “Sabemos que muita gente precisa do serviço, mas a lista de espera é enorme e acaba atrasando muito o tratamento”, ressalta.

A Prefeitura informou que 3.000 pacientes são atendidas pelo transporte gratuito atualmente e que apenas para as solicitações avulsas há eventual recusa, tendo em vista a existência de centenas de outros pacientes. A administração reconhece que nem sempre há vagas para solicitações de última hora. E explicou que o pedido de agendamento deve ser feito com sete dias de antecedência na UBS (Unidade Básica de Saúde) onde o usuário está cadastrado, comprovando por relatório médico a mobilidade reduzida. Pacientes que precisam de tratamento oncológico e de terapia renal têm prioridade no serviço.

Segundo a Prefeitura, Carlos Alberto utilizou o transporte adaptado do município 67 vezes e teve seis recusas no ano passado. Já nos primeiros meses de 2014, o paciente foi beneficiado pelo sistema em 25 oportunidades, sendo que em quatro o pedido foi negado. A Secretaria da Saúde esclareceu também que aumentou o número de veículos disponibilizados para o transporte desde 2009. Atualmente, a frota conta com quatro Doblôs, três vans adaptadas, nove Kombis, uma pickup, um micro-ônibus adaptado e 16 ambulâncias, sendo duas com equipamento de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). 




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