Política Titulo Rota do doleiro
‘É possível que passe por S.Bernardo’, diz petista

Chefe do Executivo afirma que cidade é livre; relatório da PF cita negócio de Youssef com Cândido

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
29/04/2014 | 07:57
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Indagado sobre relatório apresentado pela PF (Polícia Federal), o chefe do Executivo de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), afirmou que “é possível” que a cidade tenha sido rota do doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, ao mencionar que o município “é livre”. “Pode entrar e sair quando quiser”, disse o petista, minimizando as negociações feitas no seu reduto. A investigação divulgada pela corporação aponta que o deputado federal Vicente Cândido (PT) e o doleiro buscaram recursos em São Bernardo.

Conforme mensagens de texto interceptadas pela PF, a tentativa de captação da verba, porém foi frustrada. Cândido conheceu Youssef em viagem realizada a Cuba, entre 2008 e 2009. O parlamentar admite um segundo encontro no qual o doleiro, acusado de comandar esquema de lavagem de dinheiro, solicitou ajuda num processo tributário. Sobre os negócios em São Bernardo, o deputado alegou que seria preciso ver com o correligionário André Vargas, seu colega de Congresso Nacional.

Na tentativa de atenuar a polêmica, Marinho saiu em defesa do pré-candidato a governador Alexandre Padilha (PT), ex-ministro da Saúde também citado no relatório por suposta relação com o doleiro. “É de irresponsabilidade da imprensa ficar fazendo essa conjectura, uma ilação dessa. Absolutamente não tem ligação do Padilha com Youssef”, frisou o prefeito. O levantamento da PF sugere que o ex-ministro de Dilma Rousseff (PT) indicou, em novembro, o principal executivo do laboratório Labogen, de propriedade do doleiro.

Na apuração, o indicado Marcus Ferreira de Moura atuou com Padilha na coordenação de eventos na Pasta federal. Posteriormente, o laboratório receberia R$ 31 milhões em cinco anos do ministério. Padilha nega qualquer tipo de acordo, à época, com o Labogen.

O coordenador regional petista, Claudinho da Geladeira, jogou a culpa na oposição. Para o dirigente, as forças contrárias ao governo Dilma e à pré-candidatura do PT ao Estado estão agindo nos bastidores devido ao período às vésperas do processo eleitoral. “É tempo de campanha, jogo político. Grupos vão inventar um monte de coisa, procurar pelo em ovo. O PT é muito maior do que isso.”




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