A cúpula financeira da gestão do prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), projeta conservar o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para conceder o reajuste salarial ao funcionalismo público, média utilizada em 2013. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o indicador acumulou em 12 meses encerrados em março alta de 6,15%, último resultado publicado. “Por coerência, a intenção (do Paço) é manter o IPCA”, sinalizou o secretário de Administração, Antônio Leite (PT).
Grana ratificou ontem a ideia de discutir no patamar de buscar repor a inflação. “Amanhã (hoje) devemos apresentar uma proposta mais concreta”, sustentou o prefeito. Em debate, o número tende a ser colocado na reunião da mesa de negociação com o Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos), no Paço. A data base é 1º de abril. Conforme cálculo feito pelo setor econômico da administração, apenas com os contracheques da Prefeitura – cerca de 10 mil funcionários –, o valor seria de R$ 470 milhões ao ano.

No ano passado, a Prefeitura acertou reajuste de 6,87% na remuneração dos 16 mil servidores públicos, entre administração direta, indireta e inativos, o que ampliou a folha de pagamento para R$ 602 milhões. Por enquanto, o funcionalismo demonstra descontentamento com o sinal de que o índice não deve ultrapassar a inflação do exercício corrente. Prova disso é que o Sindserv já protocolou reivindicação de 17,9% ao governo municipal. “Faremos assembleia logo após a mesa para debater a proposta”, alegou o dirigente da entidade, Carlos Pavan.

O prefeito justificou que a definição depende de análise técnica e do impacto financeiro. Além da Pasta de Administração, o secretário de Finanças, Antônio Carlos Granado (PT), também participa das negociações. Segundo Grana, o governo tem que se pautar pela média regional. “Não vai ser muito diferente do que foi nas outras cidades. Gostaria de dar o melhor aumento possível, mas o possível talvez não seja o desejado.”