Esportes Titulo Dérbi
Clássico regional vale céu ou purgatório

São Caetano recebe o rival Santo André em duelo
decisivo para ambos na Série A-2 do Paulista

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
12/04/2014 | 08:53
Compartilhar notícia
Montagem/DGABC


Por si só, o dérbi entre São Caetano e Santo André já seria entusiasmante pela rivalidade das equipes, que até 2004, antes do surgimento do São Bernardo, reinavam sozinhas no Grande ABC. O encontro de hoje, às 10h, no Anacleto Campanella, ganhou ingredientes que apimentaram ainda mais o duelo, com chance real de acesso do Ramalhão à elite do Campeonato Paulista e da queda do Azulão para a Série A-3.

Desde que foi marcada pela Federação Paulista para a última rodada da Série A-2, no fim de 2013, a expectativa era grande pela partida. Afinal, com os times principais, o último clássico foi disputado em março de 2011 – no ano passado foram dois confrontos válidos pela Copa Paulista, com escalações alternativas – e terminou com vitória andreense por 1 a 0. Além disso, a esperança era que os rivais, pela tradição no futebol estadual, pudessem estar brigando pelo acesso.

Apenas o Santo André cumpriu o roteiro. Apesar de tropeços indesejados no meio do caminho, o time se manteve sempre com foco no G-4 e depois de arrancada incrível nas últimas seis rodadas (quando venceu cinco jogos) chega ao dérbi a um ponto de subir para a Primeira Divisão – além de vencer o rival, tem de torcer para Marília (que visita o Guaratinguetá) e Mirassol (que recebe a Ferroviária) pelo menos empatarem ou então para o São Bento ser derrotado, fora de casa, pelo Grêmio Catanduvense.

A missão não é fácil, mas os jogadores do Ramalhão mostram confiança. “Há seis rodadas estávamos a sete pontos do G-4, fomos jogo a jogo e agora estamos a um. Vamos deixar de acreditar agora? Está muito mais perto do que já esteve e por mais que existam combinações, a confiança é plena”, disse Júnior Paulista.

O zagueiro aposta que apesar de já não terem mais interesse na disputa, os jogadores de Guaratinguetá, Ferroviária e Catanduvense levarão a sério seus duelos. “Sempre vou acreditar que há profissionais na melhor concepção da palavra nessas equipes e que vão agir de tal maneira. São treinadores rodados e jogadores que vão jogar pelo pão de cada dia”, analisou Júnior Paulista.

Já o São Caetano não fez jus à fama de favorito que carregou desde o início do torneio. Considerado pelo seu presidente, Nairo Ferreira de Souza, um dos times com a folha salarial mais cara de toda a competição, o Azulão não conseguiu corresponder dentro de campo, talvez pecando pela inexperiência de quem disputou as últimas 13 temporadas na Primeira Divisão, conquistando inclusive o título em 2004.

Foram três trocas de treinadores – Nedo Xavier iniciou o trabalho, foi substituído por Paulo Cezar Catanoce e agora o time é dirigido por Marcio Griggio – e nenhum deles conseguiu extrair da equipe futebol capaz de encostar no G-4. Há cinco rodadas, o time finalmente aceitou a dura realidade de ter de lutar contra o rebaixamento para a Série A-3.

Para se salvar, a equipe precisa vencer ou até mesmo empatar, desde que três dos quatro adversários diretos – Rio Branco (que visita o Guarani), Barueri (que pega o Red Bull em Campinas), Itapirense (que joga fora contra o Capivariano) e o Osasco (que vai até Monte Azul) – não vençam.

“É o jogo mais importante do ano para nós. Chegamos na última rodada dependendo desta vitória e não podemos nos preocupar com outros jogos. Vamos encarar como se fosse uma final. Sabemos da dificuldade por ser rival da região, mas vamos em busca do único resultado que nos interessa”, disse o meia Ésley. 

Apesar da necessidade da vitória, o zagueiro Cleiton joga a responsabilidade para o rival. “O favoritismo é deles. Até mesmo pela situação que se encontram. Nossa equipe cresceu apenas na reta final. Vai ser bastante disputado.”

Será um clássico com tom de dramaticidade e o que não vão faltar são orações para São Caetano e Santo André.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;