Setecidades Titulo Luta pela vida
João Pedro recebe
medula a partir das 14h

Transplante será no Hospital Sírio-Libanês, onde
menino de S.Bernardo está desde o último dia 17

Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
28/03/2014 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


O grande dia de João Pedro Klem Lorenzoni Silva, 1 ano e 8 meses, finalmente chegou. A partir das 14h de hoje, o pequeno morador de São Bernardo começa a receber a medula óssea colhida de doador norte-americano 100% compatível. O procedimento será realizado no Hospital Sírio-Libanês, na Capital.

O transplante não tem previsão de duração, já que pode ser interrompido dependendo das reações do garoto. O procedimento é a única possibilidade de cura para a síndrome de Wiskott-Aldrich, de origem genética e exclusiva de meninos. É realizado como se fosse uma transfusão de sangue, na qual a medula contida em uma bolsa é transferida para o organismo pela veia e viaja pelo sistema circulatório até alcançar o interior dos ossos.

João Pedro está internado desde o dia 17 e realizou tratamento que destruiu sua medula doente. Segundo a mãe do menino, a professora Luciana Lorenzoni, 32, ele respondeu muito bem aos medicamentos. “Ele teve crises de vômito, algo que já era esperado, mas sua alegria e disposição surpreendem e contagiam todos aqui, médicos, enfermeiras e pacientes. Estamos muito ansiosos e felizes, afinal, batalhamos muito para chegar até aqui. Não é fácil, mas o amor que temos por nosso filho e a certeza que Deus está no comando nos fortalecem.”

Em entrevista ao Diário na ocasião da internação, a médica que atende João Pedro no Ambulatório de Infecções de Repetição da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Anete Sevciovic Grumach, afirmou que o prognóstico é bom, já que o transplante apresenta bons resultados para pacientes com a síndrome. O hospital foi procurado, mas não enviou boletim sobre o estado de saúde de João Pedro e não autorizou entrevistas com os médicos que o atendem.

PEGA

Após a realização do procedimento de hoje, o próximo passo é esperar a ‘pega’ da medula, quando ela passa a produzir novas células livres da doença. Em geral, isso pode levar, em média, 20 dias.

Depois do transplante, é preciso fazer rígido controle para que não se desenvolva a doença do enxerto versus hospedeiro, quando o sangue não reconhece os órgãos do corpo e os combate como a uma patologia. Além disso, após a ‘pega’, é necessário acompanhamento por pelo menos 100 dias, pois o paciente fica com o sistema imune comprometido.

“Ninguém pode imaginar o quanto é difícil estar aqui todo esse tempo. As lágrimas rolam todos os dias, porém, ver o sorriso e a alegria do nosso filho nos mostra que não somos nada sem a união da nossa família”, garantiu Luciana.

Parentes e amigos de João Pedro prometem comparecer hoje ao hospital para acompanhar o procedimento e formar corrente de fé pela cura do menino. O Diário, que acompanha essa história há pouco mais de um ano, também estará lá. 




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