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Lauro acusa Reali de oferecer tarifa social visando eleição

Prefeito de Diadema diz que 5.000 famílias foram cadastradas em 2012, ano eleitoral; petista rebate e não reconhece dívida de R$ 1,2 bi da Saned

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
23/03/2014 | 07:12
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O prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), acusou seu antecessor, Mário Reali (PT), de conceder descontos na conta de água sem critério, com “objetivos eleitorais”. Segundo o verde, cerca de 5.000 famílias foram integradas à lista da tarifa social concedida pela Saned (Companhia de Saneamento Básico de Diadema) em 2012, ano em que ele e o petista duelaram pela principal cadeira do Paço. Reali nega as acusações.

“Houve distribuição indiscriminada de tarifa social no ano eleitoral. Tudo feito com cunho eleitoral, e que agora precisaremos rever”, frisou Lauro, que na terça-feira assinou convênio com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) para liquidar dívida de R$ 1,2 bilhão cobrada pela estatal.

Nas contas de Lauro, saltou de 2.000 para 7.000 o número de famílias beneficiadas por desconto na conta de água em 2012. O recadastramento será feito ainda neste ano por técnicos da Prefeitura e da Sabesp, uma vez que a empresa pública estadual se comprometeu a manter a tarifa social na cidade.

Reali refutou as acusações de Lauro. “As gestões do PT em Diadema sempre se pautaram por políticas públicas que significassem inclusão e justiça social à população do município. Não foi diferente com a tarifação da água. A dívida da Saned não se deveu à tarifa social implantada em nossa gestão”, disse o ex-prefeito.

O ex-chefe do Executivo não reconheceu a dívida de R$ 1,2 bilhão cobrada pela Sabesp, dizendo que o passivo ainda era questionado judicialmente em seu governo. “Esse valor é uma ficção.” Lauro argumentou que não havia mais recursos judiciais disponíveis à Prefeitura de Diadema, sequer no STJ (Superior Tribunal de Justiça), última instância judiciária.

Durante assinatura do convênio, o prefeito diademense afirmou que “herdou abacaxi e teve de comer com casca e tudo”, se referindo à situação jurídica em que o caso se encontrava. Para Reali, foi seu sucessor “quem plantou o abacaxi”. O petista também lembrou do processo de criação da Caed (Companhia de Água e Esgoto de Diadema), empresa de capital misto defendida pelo PT, porém, que recebeu parecer negativo da PGJ (Procuradoria Geral de Justiça) do Estado.

CRITÉRIOS
A Sabesp, que recadastrará famílias de Diadema, adota critérios diferentes na tarifa social. O benefício é concedido a consumidores com renda familiar até três salários-mínimos, com residências de até 60 metros quadrados e consumo de energia de até 170 KWh por mês.
 




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