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Equipe do Diário encara desafios do Circuito

Composto por 22 integrantes, time está pronto para percorrer as sete provas pelas ruas da região

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
09/03/2014 | 07:30
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Andréa Iseki/DGABC


Está chegando a segunda edição do Circuito Popular de Corrida de Rua do Grande ABC – a primeira prova será dia 6, em Diadema – e a equipe do Diário estará presente entre os 25 mil corredores que devem participar do evento, composto por sete etapas, uma em cada cidade da região.

Atualmente, o time do Diário conta com 22 integrantes. Tudo começou com o jornalista Carlos Tadeu – agora colaborador –, em 2003, e o diagramador Rafael Santos, em 2004, que decidiram abandonar o sedentarismo, deixar a preguiça de lado e participar de corridas de rua. Mal sabiam eles que esse era apenas o primeiro sintoma de uma febre que nos anos seguintes iria contaminar grande fatia dos profissionais do jornal.

Tadeu foi quem tomou a iniciativa com o objetivo de praticar atividade física que não colocasse tão em risco as articulações. “Gostava de jogar futebol, mas estava com problemas no joelho e percebi que não daria para continuar. Então comecei a me interessar pelas provas de rua, intensifiquei o treinamento que fazia na academia e participei da primeira, que foi a São Silvestre de 2003. Depois não parei mais”, conta ele, 42 anos, que acumula 197 provas no currículo.

O empenho de Tadeu chamou atenção de Rafael, que topou o desafio de acompanhar o amigo nas corridas. “O Rafael estava com 15 kg a mais, tinha problema no joelho e queria operar. O convidei na expectativa de que ele pudesse emagrecer e evitar a cirurgia. Foi então que montamos a primeira dupla do jornal”, lembra Tadeu, que já fez provas de meia maratona (21 quilômetros). “Tinha época em que éramos tão viciados em corrida que fazíamos uma no sábado e outra no domingo, apesar de reconhecer que é errado”, completa.

Rafael conta que com as provas de rua chegou a emagrecer 15 kg. “Na época estava com 90 kg e percebi que precisava fazer alguma coisa, foi quando fui apresentado pelo Tadeu para a corrida de rua. Participei de provas por seis anos, depois dei uma parada, foi quando eu engordei novamente. Retomei as provas há dois anos e já estou conseguindo emagrecer novamente”, conta o diagramador, 34 anos, que já completou 137 provas.

Apesar de insistirem na tentativa de motivar os colegas a participar das provas de rua, a equipe do Diário só aumentou nos últimos anos, quando novos funcionários se incorporaram ao time, a grande maioria influenciados pela criação do Circuito Popular de Corrida de Rua do Grande ABC, em 2013, que contou com provas nos sete municípios da região.

Tadeu e Rafael projetam participar de 15 provas no ano, que deve ser a média do restante da equipe. “Já iniciei o ano com a Corrida de Reis, em São Caetano, que é um das provas que não abro mão. A partir de segunda-feira (amanhã), vou garantir minha inscrição para as sete provas do Circuito do Grande ABC e também vou fazer algumas outras corridas aqui pela região”, revela Rafael. “Estou motivado para correr mais em 2014 do que fiz em 2013. Também devo fazer as sete etapas do Circuito”, completa Tadeu.

Apesar de influenciarem os amigos a entrar no mundo da corrida, eles recomendam cuidado. “Precisa passar por avaliação médica para que a situação não se inverta e a corrida traga prejuízos à saúde”, aconselha Tadeu. “Ter acompanhamento é essencial para praticar a modalidade com segurança. Em todos esses anos aprendi em provas de rua e uso essa experiência para controlar o ritmo e não me desgastar tanto”, completa Rafael.

Saúde estimula os sedentários a correr

Felipe Simões

Um dos principais motivos para as pessoas começarem a correr é a saúde. Acima do peso, muitos buscam a atividade para “perder a barriga” e melhorar os níveis nos exames médicos. Porém, na Redação do Diário, existe um exemplo maior que os outros. Há dois anos, Anderson Fattori, repórter de Esportes, era sedentário e pesava 166 kg distribuídos em 1,94 m. Pela sua altura, o peso ideal seria ao menos 90 kg. Com as atividades, já perdeu bastante peso e se tornou inspiração para os colegas.

“Surgiu uma corrida no clube Aramaçan e eu fui caminhar. Gostei, mas percebi que estava muito acima do peso para suportar as provas. Fiz reeducação alimentar e comecei a treinar. Peguei o gosto e estou até hoje. Já fiz 17 provas e perdi 18 kg”, conta.

Outro que começou por conta do sobrepeso foi o repórter de Esportes Dérek Bittencourt, que viu no pai motivação para buscar vida mais saudável. “Sempre tive o estímulo do meu pai, porque cresci vendo ele correr. Depois que comecei, ligava para falar que estava conseguindo determinado tempo. Gostaria de correr percursos maiores, mas vou precisar de um preparo maior. É algo que depende muito de mim. Um dia chego lá”, diz.

Motivação semelhante teve o revisor do Diário Francisco Lacerda, o popular Chiquinho. “Perder peso é a meta, mas também tem o foco da qualidade de vida. E realmente você percebe que há uma melhora com a atividade física. Inclusive, vi resultados nos exames médicos. Tenho certeza que as corridas vão ajudar bastante (a perder peso)”, afirma ele, que no momento tem lesão no joelho e diminuiu o ritmo dos exercícios.

Com a motivação dos colegas, o repórter de Política Raphael Rocha ainda está iniciando na prática, mas já estabeleceu objetivo. “Comecei a correr para entrar em forma. Precisava achar modalidade que eu gostasse. Faço outros esportes, mas corro também. Com a rotina corrida, se não cuidar da saúde, a gente acaba sucumbindo. Tenho a meta de perder dez quilos até o fim do semestre”, revela.

Outro que obteve benefícios com a corrida foi Joaquim Filho, da Infografia. “Correr me ajudou em vários aspectos, como a parar com o cigarro e a perder peso”, comenta.

Já a secretária da Redação Pâmela Cruz não tem problema de saúde. Magra, a jovem de 19 anos foi incentivada a correr pelos colegas de trabalho, e hoje já conta com sete provas no currículo. “Resolvi me inscrever (no Circuito do Diário) e comecei aos poucos. Faço só caminhada por enquanto. Mas neste ano quero correr os dez quilômetros sem parar nas sete etapas”, diz.

Além deles, Anderson Silva, do tratamento de imagem, Cecília del Gesso, responsável pelo Banco de Dados, e Kelly Zucatelli, chefe de reportagem, também compõe o grupo do Diário que participa de provas.

Iniciante ou não, com problemas de saúde ou não, o importante é ter perseverança e não desistir no primeiro obstáculo. “É preciso persistir. É muito difícil. É um trabalho psicológico muito grande. Por várias vezes pensei em desistir. A dica que dou é colocar como prioridade. Depois que você fez o treino, você vai ter tempo para resolver as outras coisas e ficará com a sensação de missão cumprida. É preciso ter persistência e foco. Nada cai do céu”, aconselha Anderson Fattori.

Dupla do Diário já fez bons tempos na São Silvestre

Quem vê as figuras dos repórteres fotográficos Celso Luiz e Nario Barbosa hoje dificilmente imaginaria que no passado eles foram corredores. Com 50 e 46 anos, respectivamente, a dupla já conseguiu boas colocações na tradicional prova de São Silvestre.

Celso foi o primeiro do jornal a ingressar na corrida mais famosa do Brasil, em 1986, quando a prova ainda era realizada à noite. “Antes era interessante porque a elite chegava no mesmo ano. E a massa varava a noite correndo. Era muito mais festivo do que hoje”, lembra o profissional, que começou a correr por incentivo dos amigos.

“A parte mais legal é quando você vira para entrar na Avenida Paulista. O grande incentivo é quando você passa ao lado do público gritando. Só o fato de estar ali correndo é uma emoção muito grande”, diz Celso, que se orgulha da melhor colocação que obteve na prova. “Cheguei em 319º”.

Já Nario leva a melhor sobre o colega no quesito colocação. O profissional chegou a competir na Elite B, no segundo pelotão na largada da prova, que exige um tempo mínimo de classificação, e terminou entre os duzentos primeiros. “O treino era de terça a domingo no Sesi de Santo André, em Prefeito Saladino. Era muito puxado. Chegava no jornal só o bagaço”, ri ele.

Nario tem memória de sua primeira prova no Ginásio Constâncio Vaz Guimarães, no Parque do Ibirapuera, na Capital. “Lembro que o Vanderlei Cordeiro de Lima me passou três vezes. Eu fiz para 34 minutos e ele para 29. Eu ainda estava iniciando no atletismo”, recorda.

Hoje, os dois já não correm mais. Celso parou em 1996, enquanto Nario disputou sua última prova para valer em 2003. Porém, participou de algumas das provas do Circuito Regional de Corrida de Rua do Diário no ano passado. FS

Corridas mais longas desafiam a Redação

Apesar do hábito da corrida de rua estar se espalhando pelo Grande ABC e restante do Brasil, ainda são poucas as pessoas que têm o orgulho de ter prova acima dos dez quilômetros no currículo. Quatro delas estão no Diário: o repórter fotográfico André Henriques, o editor assistente de fotografia Claudinei Plaza, o repórter de economia Pedro Souza e o diretor de Redação Sérgio Vieira.

Os quatro já se aventuraram em provas de 15 quilômetros, como a São Silvestre, que consideram a uma das mais charmosas do País. “Foi uma alegria grande completar a São Silvestre. Consegui alcançar muito mais objetivos do que tinha planejado”, diz Sérgio, que começou a correr há um ano para melhorar o condicionamento físico e é um dos organizadores do Circuito Regional de Corrida de Rua do Diário. Disputa, aliás, que é incluída na preparação para a prova do dia 31 de dezembro.

“Já vinha treinando os dez quilômetros, corria as provas do Diário. Ficou a expectativa de fazer os 15 quilômetros da São Silvestre e deu tudo certo. Tem a emoção de quando você chega à Avenida Paulista. Você pensa: ‘Consegui’. É uma realização”, lembra Claudinei. “A São Silvestre é muito legal, tem uma coisa diferente. É uma prova mágica”, destaca André.

OS 21 QUILÔMETROS
Os 15 quilômetros da São Silvestre foram o primeiro desafio para o grupo. Dos quatro, dois chegaram a disputar a Meia Maratona Internacional de São Paulo, com percurso de 21 quilômetros. André completou 13,5 quilômetros, mas já faz planos para disputar a prova deste ano.

“Em 2012, participei da corrida do Shopping ABC. A partir dali, vim numa constante. Hoje faz um ano que corro, e em maio disputarei minha primeira meia maratona”, diz ele, que terá a companhia do colega Claudinei – será a estreia dele em provas do tipo.

Entre os que completaram a meia maratona, Pedro foi o que mais sofreu. “Passou a marca de 15 quilômetros e eu estava sentido cãibra em todos os músculos da perna. Meu dedão do pé dobrou. Quase não cheguei ao fim. Na hora em que passei a linha de chegada, mal conseguia andar. Foram duas horas e 30 minutos de corrida. É um desafio muito grande”, relembra ele, que, apesar de não correr rotineiramente, faz natação e treina slackline, que consiste em se equilibrar em cima de uma corda.

O sofrimento de completar os 21 quilômetros é compartilhado pelo diretor Sérgio, que garante que o esforço vale a pena no fim. “Nunca pensei que fosse competir a meia maratona, e encarei. Não é fácil correr 21 quilômetros, mas consegui. A satisfação de colocar uma meta e alcançar, vale o esforço. Você trava uma batalha com você mesmo, e conseguir superar o que você imaginou é maravilhoso”, diz.

Além de provas do Brasil, ele tem no currículo disputa no Exterior. No ano passado, participou dos 10 quilômetros de Montevidéu, no Uruguai, e neste ano, pretende incluir mais uma corrida internacional na agenda.
“Já disputei três provas em 2014 e planejo correr ao menos uma por mês. Minha meta é mais uma meia maratona e outra prova internacional. E claro, de novo, a São Silvestre”, projeta Sérgio. FS


Prazer pela corrida também impulsiona atletas do Diário

Se alguns têm motivos de saúde para começar a se exercitar, outros correm apenas pelo puro prazer. É o caso do editor de Política Beto Silva e do ilustrador Sérgio Ribeiro, conhecido como Seri.

“Jogo futebol desde os 5 anos. Em 1998, tive de tomar uma decisão: continuar no sonho de ser jogador profissional ou me dedicar aos estudos. Escolhi a segunda opção e parei com os treinamentos intensivos. Foi aí que encontrei na corrida de rua uma forma de continuar com os exercícios físicos”, revela Beto.

Além do interesse em manter a forma física, o editor destaca outros pontos que o mantiveram com as atividades. “A corrida faz muito bem para o corpo e a mente. Isso gera mais disposição para o trabalho e para atividades pessoais. E, claro, menos estresse, que nos consome”, afirma.

A visão é compartilhada pelo ilustrador Seri. Morador de Santos, ele se exercita seis dias por semana, treina a mulher Fátima e já participou de provas de biatlo, quando o atleta corre e nada. “Fazer exercício diário dá mais sustentação para subir e descer (a serra). O dia em que eu me exercito, fico no pique, senão o dia não rende, porque não libera endorfina. Todo dia tento fazer algo”, diz Seri.

O ilustrador faz questão de ressaltar que quem deseja começar a correr precisa abdicar de algo para conseguir conciliar todas as atividades do cotidiano. “Às vezes o trabalho é desculpa. Eu dormia oito horas por dia, agora durmo menos. Tem que abdicar de alguma coisa e cuidar da sua saúde. Sem saúde, você não trabalha e não estuda bem”, destaca Seri.

Mesmo não correndo mais provas por tempo, ele ainda pretende testar seus limites e completar uma corrida longa, como a maratona. Um de seus objetivos é percorrer a distância entre São Paulo e Santos, um trajeto de cerca de 80 quilômetros, marca que apenas a motivação pelo prazer da corrida pode proporcionar. FS

Assessoria esportiva é opção para atletas iniciantes

A dificuldade em dar o primeiro passo traz insegurança para quem deseja começar a correr. É justamente para orientar que existem as assessorias esportivas, como a Number 1, utilizada por parte dos funcionários do Diário, e a Lobo Assessoria.

Coordenada por atletas com vasta experiência em provas de longa distância, a Number 1 é especializada em atender quem está começando na prática. Carlos Moreira dos Santos, um dos fundadores da empresa, afirma que os alunos, muitas vezes, não têm nem mesmo o conhecimento básico para iniciar os treinos. “A pessoa, às vezes, não sabe como largar na prova, não conhece os tênis, as pisadas mais apropriadas. Até a roupa eles escolhem errado”, diz.

Santos alerta para um detalhe muitas vezes esquecido: os exames médicos. “É preciso fazer um cardiograma, uma bateria completa. Nós fazemos avaliação física. Em cima disso, a gente pensa o treino de corrida, cada um com a sua condição física”, afirma.

Além do acompanhamento individual, a assessoria esportiva oferece outro benefício aos praticantes. “Eles incentivam o tempo todo. Normalmente você treina com outras pessoas para você ser incentivado e também ajudar os outros”, destaca o diagramador do Diário Demétrio Damiani.

“Quando você está sozinha, fica com preguiça e não vai. Se você tem um compromisso, você se vê obrigado a ir”, ressalta a repórter da Dia-a-Dia Revista, Miriam Gimenes.

Com a ajuda do grupo, alcançar os objetivos se torna mais fácil. De acordo com o redator da Primeira Página, Nilton Valentim, que corre há cinco meses, a principal questão era perder peso e melhorar o nível dos indicadores nos exames de rotina. “Perdi peso, com saúde, sem dietas radicais. Me sinto muito melhor, mais disposto.Já estou trocando massa gorda por massa magra, estou com mais resistência. No fim do ano, nos exames de rotina, era um desespero. Mas desta vez, o nível de triglicérides estava bom, o colesterol quase bom”, conta.

Apesar de não ter problemas de saúde, a redatora do D+ Marcela Munhoz começou a correr para ter mais qualidade de vida nas atividades do cotidiano. Inspirada pelo marido, corredor veterano, ela decidiu iniciar na atividade com a assessoria. “Comecei sem compromisso para aumentar a qualidade de vida. Você sente mais fôlego, mais disposição. Já emagreci cinco quilos, acho que vale a pena”, diz ela.

A Lobo Assessoria coordenou os treinões e os aquecimentos antes das provas. FS




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