A falta de estrutura e de recursos financeiros não foi suficiente para esfriar os ânimos das escolas que se apresentaram ontem nas passarelas do samba montadas em São Bernardo e Santo André. Garra e empolgação foram as armas das agremiações para superar as dificuldades para compor os desfiles.

São Bernardo foi a primeira a iniciar a festa de modo pouco usual. Por volta das 19h, no lugar de fantasias e adereços, a Avenida Aldino Pinotti foi tomada por motocicletas, que se exibiram em manobras radicais. Nas arquibancadas, pouca gente. Na tribuna montada para autoridades e convidados, nem sinal do prefeito Luiz Marinho (PT) e de seu vice, Frank Aguiar (PMDB). O poder municipal foi representado pelo secretário de Cultura, Osvaldo de Oliveira Neto.

Às 19h35, o bloco de afoxé Omo Ayie Sele entrou na avenida debaixo de forte temporal. Por volta das 20h50, foi a vez da primeira escola de samba se apresentar, a pleiteante Acadêmicos de Baeta Neves. Com desfile modesto, a agremiação cantou o enredo Fé, Poesia e Fantasia exibindo dois carros alegóricos e 14 alas. Mobilizar a comunidade foi um dos maiores desafios. “Foram inúmeras as dificuldades. Por isso, se apresentar já é uma grande vitória”, avaliou o intérprete Marcinho Kelec.

Mesma sorte não terá a Unidos de Vila Rosa, que seria a segunda a desfilar entre as escolas do Grupo 1 hoje. A Superliga das Escolas de Samba de São Bernardo informou que a agremiação desistiu de se apresentar por não ter conseguido confeccionar as fantasias e alegorias a tempo.

Depois da pleiteante, seria a vez da Terceira Idade Brilha São Bernardo, única representante do Grupo 2, cantar seu amor pelo Carnaval.

Em Santo André, depois da apresentação dos blocos da Gaviões da Fiel e da Fúria Andreense, a Centreville abriu a primeira noite da Folia falando sobre a história do vinho. A arquibancada montada na Avenida Firestone, com capacidade para 5.000 pessoas, estava lotada. O prefeito Carlos Grana (PT) participou da abertura oficial da festa e acompanharia os desfiles da noite.

Em Diadema, na Avenida Ulysses Guimarães, cerca de 1.000 pessoas festejaram ao ritmo das baterias das escolas de samba da cidade, que se apresentaram na noite de ontem.