Setecidades Titulo Prevenção de crimes
PM estuda implantar Vizinhança Solidária em São Caetano até março

Criado em Sto.André, programa já foi apresentado
aos moradores do Jardim São Caetano

Rafael Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
24/02/2014 | 07:10
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Celso Luiz/DGABC


Programa criado pela PM (Polícia Militar) de Santo André em 2010, o Vizinhança Solidária deve ser implantado até o fim de março no Jardim São Caetano, um dos bairros mais valorizados de São Caetano. Baseado em sistema de policiamento comunitário, tem o apoio dos moradores na prevenção de crimes.

Será a terceira cidade da região a contar com o projeto. Além de alguns bairros andreenses, a Vila Andrea, em Diadema, também já adotou o sistema. Dados da PM apontam redução de até 50% nos casos de roubos e furtos nesses locais.

“Comprovadamente é um programa eficaz”, destacou o comandante da PM na cidade, capitão Robinson Castropil. “É ferramenta que há tempos planejamos utilizar.”

A escolha do Jardim São Caetano foi feita por meio de estudos da corporação. O bairro tem 95% da área ocupada por residências, é plano e, em geral, registra ocorrências de roubos e furtos a residências, veículos e pedestres.

O projeto elaborado para o bairro prevê dois tipos de atuação: comunitário e solidário. No primeiro, será disponibilizada de forma fixa uma viatura, responsável por fazer rondas e se aproximar e interagir com os moradores.

No solidário, caso haja algum registro, a PM procurará as vítimas e fará relatório do ocorrido, identificando a situação de vulnerabilidade criada.

“O policial vai orientar as pessoas, entender o motivo pelo qual se tornaram vítimas e orientá-las”, explicou Castropil.

Presidente desde janeiro da Associação dos Moradores do Jardim São Caetano, o engenheiro Tadeu Cunha, 61 anos, há 19 deles no bairro, elogia a iniciativa da PM e diz que ajudará na divulgação.

“Antes mesmo das reuniões com a PM eu já planejava adotar sistema semelhante com nossos vigilantes”, afirmou. “Vou fazer um esforço danado para convencer os moradores a aderirem ao programa.”

O comandante da PM local diz que a atuação dos vigilantes particulares do bairro, que fazem rondas próprias com motos, será aliada fundamental.

“É importante coletar os dados deles. Muitas ocorrências inibidas pelos vigilantes nem chegam a ser registradas pela polícia por não virarem crimes. Por isso queremos estreitar o laço e aumentar a interação”, disse Castropil.


EXPECTATIVA - Caso a experiência no Jardim São Caetano seja positiva, a PM estuda ampliar o projeto não apenas para outros bairros da cidade, mas também nas áreas de São Bernardo atendidas pelo 6º Batalhão, segundo o capitão Robinson Castropil.

“O cenário (no bairro) não é o pior, mas para você iniciar um trabalho, se familiarizar com a ferramenta, julgamos ideal”, afirmou. “Será um laboratório. Vamos aprender com os erros e acertos e daí levar isso a outros lugares”, completou o comandante local da PM.

A informação sobre as reuniões com moradores do Jardim São Caetano motivou pessoas de outras regiões da cidade a irem aos encontros para conhecer os detalhes.

“Precisamos mobilizar a comunidade”, disse o comerciante Roberto Corvello, 62 anos, morador do bairro Santa Paula. “O pessoal fala muito, mas não apresenta soluções. Tem de haver engajamento. E esse projeto é ideal para isso.”

Em Santo André, a criação do Vizinhança Solidária foi motivada pela participação dos Consegs (Conselhos Comunitários de Segurança) de bairros residenciais como Valparaíso e Vila Bastos.

Basicamente, consiste em troca de informações de crimes ocorridos, discussão da atuação policial e, principalmente, aumento do sentimento de atuação comunitária, com a comunicação de possíveis eventualidades que possam ocorrer nas casas alheias.

Bem-sucedido, o projeto chegou a ser levado pelo antigo comando-geral da PM a cidades do Interior e até a áreas da Capital. 




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