Nomes veteranos da música urbana e outros novos e em plena ascendência se reúnem para divulgar o que fazem de melhor: hip hop. O Sesc Itaquera, em São Paulo, abre as portas amanhã para o evento A Zona Leste Recebe: Concerto Hip Hop, a partir das 15h. A entrada é gratuita.

Com o objetivo de mostrar o que acontece na música periférica brasileira, o evento leva ao palco nomes como o rapper Xis, que apresenta a faixa Só Por Você, com sampler de Menina Mulher da Pele Preta, tema assinado por Jorge Ben Jor. Quem fica encarregado de encerrar a festa é o rapper Thaíde, que ilustra o repertório da tarde com Sr.Tempo Bom.

Quem representa o Grande ABC no evento é a cantora, violonista e compositora de São Bernardo Yzalú. Na estrada há 14 anos, ela levanta a bandeira de um novo caminho na música: a mistura de MPB com rap. “Vou apresentar uma canção minha que se chama Música Periférica Brasileira, que é um termo que vem sendo usado por vários artistas”, conta Yzalú. Além dela, a cantora apresenta outra faixa, Cabeça de Nego, originalmente gravada por Sabotage. A faixa foi regravada por Yzalú e acabou virando videoclipe com mais de 13 mil visualizações no canal da cantora no YouTube (www.youtube.com/Yzalutv).

A faixa também dá nome ao seu primeiro álbum, em fase final de produção e com lançamento programado para novembro. “O disco terá 12 faixas e é quase todo assinado por mim. Teremos participações de peso, segredo ainda, para o lançamento do CD. Tudo é independente, conto com o apoio dos amigos, que acreditam no meu trabalho”, diz.

Mesmo sem ter um disco nas mãos, Yzalú já carrega vários seguidores – prova disso é o número de visualizações em seu videoclipe –, e muita experiência para compartilhar. Já dividiu o palco com Mano Brown e com a Facção Central. Participou recentemente do DVD Eternamente, do Detentos do Rap, que foi lançado em 2013. “Toquei na USP (Universidade de São Paulo) em novembro. Tinha mais de 400 pessoas cantando minhas músicas. Eu sou do underground. É mágico isso, sabe, não tem cachê que pague esse sentimento”, afirma.

Yzalú surgiu fazendo releituras de rap com violão. E ficou no cenário de forma despretensiosa. “Cantei com vários grupos regionais, isso com 19 anos. Depois de algum tempo eu fiz um vídeo totalmente caseiro e não parei mais”, diz a artista, 31 anos.

Com a proposta de levar o rap para as pessoas que não o conheçam, Yzalú se mune de um violão na mão e solta o verbo para falar de suas realidades, boa parte delas vivida na região do bairro dos Alvarenga, em São Bernardo. “É a arte periférica. Por isso me assemelho ao rap. É falar das coisas que você vive.” De acordo com ela, é importante fazer com que a música agregue algo positivo nas pessoas e “com uma pitada de amor”, diz.

“Tem de ser algo positivo, mas informativo. É como se a música fosse uma utilidade pública, o que você não aprende no sistema aprende no rap. Música é semente do bem, transforma a vida de forma positiva”, afirma.

Todos os artistas se apresentarão ao lado da mesma banda, formada por mulheres. Também sobem ao palco os rappers do Rosana Bronks, que mostram faixas do disco de estreia. Stefanie Roberta canta Mulher MC, já Karol de Souza fala de sua caminhada em No Caminho do Bem. Ainda há espaço para Rashid tocar Quero Ver Segurar. Com duas décadas de estrada, o SNJ apresenta temas do novo EP. Amanda NegraSim traz o single Rosas, e o Z’áfrica Brasil mostra ao público O Rap é Grande.

A Zona Leste Recebe: Concerto Hip Hop – Música. Amanhã, a partir das 15h. No Sesc Itaquera – Avenida Fernando do Espírito Santo Alves de Matos, 1.000. São Paulo Tel.: 2523-9200. Grátis.