Cultura & Lazer Titulo Exposição
Emocional para
compreender a arte

Casa do Olhar, em Santo André, recebe vibração
das cores da mostra Constelar a partir de amanhã

Luís Felipe Soares
20/02/2014 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Com quase quatro décadas de carreira profissional, Luiz Roberto Rodrigues Lopreto continua sua saga profissional. O ator, poeta, bailarino, diretor de teatro e professor de cinema – entre outras qualificações – paulista explora possibilidades em diversas linguagens e tenta fazer com que o público consiga compreender melhor o universo das artes. “As pessoas devem começar a perceber que o enfoque da arte é simples, direto. Não é totalmente cerebral. É preciso ter suportes emocionais para enxergar os trabalhos”, explica. “Ensina-se arte de uma maneira muito primitiva. Dou aula pois minha experiência de aprendizado foi em ateliês, direto com grandes nomes, não dentro de escolas. A universidade só ampliou meu conhecimento.”

É buscando incentivar o diálogo entre criador e espectador que ele leva a exposição Constelar para a programação da Casa do Olhar Luiz Sacilotto, em Santo André. A mostra gratuita será aberta amanhã à noite, a partir das 19h, e segue em visitação até 22 de março.

A série reúne 16 obras que têm sido desenvolvidas desde 2006. Damara Bianconi assina a curadoria do projeto. Será a primeira vez que o autor apresenta o conjunto da maneira como está montada.

No acervo estão os melhores trabalhos realizados por Lopreto em busca de ritmos dentro das cores. Todas as telas foram elaboradas em cima de tons encontrados na mistura de amarelo, azul e vermelho. “Tinha um grande interesse pelas cores e venho lidando com elas ao longo do tempo. Os desenhos trazem a insinuação de movimento com as tonalidades que aparecem. Demoro dois ou três dias, até mais, para encontrar uma derivação que eu procuro para certos momentos”, afirma o artista, que equipara a cor com as vibrações do som.

Outro ponto importante dentro das telas concretas é a presença de triângulos, elemento com o qual tem lidado bem antes de pensar na montagem da exposição atual. “O triângulo tem a propriedade especial de poder construir qualquer forma. Ele é bem sintético e tudo acaba tendo um aspecto mais natural.” Eles podem ser encontrados de diversas maneiras, sejam cruzados, sobrepostos, alinhados e mesclados, para tentar refletir possíveis formas de constelações e sua ligação com o espaço.

Além de pintor, Lopreto dá aulas de direção de arte na Escola Livre de Cinema e Vídeo de Santo André. A chegada da exposição à Casa do Olhar ganha ar especial na medida em que Sacilotto (1924-2003) era um amigo pessoal e considerado um de seus grandes mestres, assim como o mineiro Willys de Castro.

Segundo ele, o desafio da arte concreta é fazer com que o público perceba melhor seu relacionamento com esse tipo de enfoque. “As pessoas tentam reconhecer elementos e tantas outras coisas nesse universo abstrato, mas a ideia é reagir com a emoção. Podem achar bonito, mas dizem não entender nada. Tem de haver uma troca sensitiva. O significado está dentro de cada um.”

Constelar – Exposição. A partir de amanhã, às 19h. Na Casa do Olhar Luiz Sacilotto – Rua Campos Sales, 414, Santo André. Tel.: 4992-7730. Terça a sábado, das 10h às 17h. Grátis. Até 22 de março.  




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