Esportes Titulo Natação suspensa
São Caetano não paga salário de professores e natação tem aula suspensa

Secretário diz que problema é por conta da falta de vínculo dos profissionais com a Prefeitura

Anderson Fattori
19/02/2014 | 07:07
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Claudinei Plaza/DGABC


 Depois da ginástica, ontem foi a vez da natação gerar polêmica no esporte de São Caetano. Cerca de 50 alunos ficaram sem aula por conta do atraso no salário dos professores – que chega a cinco meses – e protestaram em frente ao Complexo Esportivo Lauro Gomes, onde ocorreria a atividade. Assim como aconteceu no caso do medalhista olímpico de ouro Arthur Zanetti, reunião nesta semana promete trazer solução ao caso.

“São cinco professores na natação, apenas um é concursado e está recebendo normalmente. Os outros quatro não possuem vínculo com a Prefeitura e, deste modo, não posso fazer o pagamento, porque não teria como justificar. Não queremos interromper nenhum trabalho, apenas regularizar a situação”, explicou o secretário de Esporte e Turismo de São Caetano, Eder Xavier.

Segundo o vereador licenciado, a situação dos professores – alguns estão há mais de dez anos no projeto – mudou a partir de 2013, quando entrou em vigor a lei de municipalização dos clubes, trazendo a responsabilidade jurídica dos profissionais para a Prefeitura.

Exaltados, os pais não aceitaram a justificativa do secretário e cobraram solução rápida, uma vez que o assunto se arrasta há vários meses e teve o desfecho ontem, quando os professores decidiram não dar aulas enquanto não receberem os salários atrasados. Depois de protestarem à tarde em frente à piscina, os familiares foram à sessão na Câmara cobrar posição dos vereadores.

Além das aulas, os familiares pedem o registro dos atletas em alguma agremiação da cidade para que eles possam participar de campeonatos e também manutenção na piscina, que está funcionando na temperatura inadequada.

Eder prometeu retomar as aulas até sexta-feira, ao menos de forma provisória. “Nos próximos três dias vamos retomar as aulas de forma paliativa até que seja encontrada uma solução definitiva para a situação”, prometeu o secretário, que foi contrariado pelo prefeito Paulo Pinheiro (PMDB), que prometeu quitar o débito ainda hoje (leia mais ao lado).

Sobre a situação dos pagamentos a outras modalidades, Eder assumiu que a Prefeitura está inadimplente. “Devemos cerca de R$ 2 milhões para os profissionais que trabalharam nesta situação irregular nos últimos anos. Estamos buscando forma correta de fazer esses pagamentos e regularizar a situação”, completou o secretário – o taekwondo também estaria com salários atrasados. Um coordenador e dois técnicos não recebem os vencimentos há cinco meses.

 

Manifestantes pedem saída de Eder

 

Após manifestação na sede da Pasta de Esportes, mães de alunos e professores foram à Câmara falar com os vereadores. Pediram ação do Legislativo para a saída do secretário Eder Xavier. Alguns parlamentares concordaram e chegaram a dizer que o chefe de Gabinete, Walter Figueira Júnior, desempenharia a função melhor do que o comunista. Ele conduziu o setor de 2001 a 2004 (na gestão Luiz Tortorello, que morreu em dezembro 2004).

Figueira Júnior e o articulador político do governo, Moacyr Guirão, estiveram na Câmara para garantir aos familiares que o pagamento de R$ 2 milhões de salários atrasados aos professores será liberado hoje pelo prefeito Paulo Pinheiro, contrariando a posição de Eder Xavier, que queria analisar o caso até sexta-feira.

“O Paulo (Pinheiro) chega hoje (ontem) à noite de viagem (de Brasília) e amanhã (hoje) assinará o pagamento. A verba já está empenhada”, disse o vereador Jorge Salgado (Pros), após conversa com os interlocutores do Paço. “O não pagamento é decisão única e exclusiva do Eder”, frisou Pio Mielo (PT). “Esse cara quer mandar mais que o prefeito. Antes era o primeiro a criticar os outros e agora está fazendo isso”, ressaltou Cidão do Sindicato (Solidariedade).

Outro ponto em que a administração peemedebista discordou do secretário foi quanto à reabertura da piscina do Complexo Esportivo Lauro Gomes. Depois de falar com Guirão, o parlamentar Beto Vidoski (PSDB) salientou que “amanhã (hoje) a piscina estará aberta no primeiro horário, esse é o recado do governo”. O titular da Pasta havia dito à tarde que as aulas seriam retomadas de forma paliativa.

O comunista foi criticado duramente pelos pais dos alunos. “Fora, secretário!”, exclamavam.

A situação delicada e de indecisão sobre o futuro do secretário fez com que o vereador José Quesada (PMDB), que substitui Eder no Legislativo, fizesse discurso de despedida. “Acho que essa é minha última sessão”, discorreu o suplente, ao indicar que o comunista deve deixar a Pasta e voltar a atuar como parlamentar.




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