Dezessete anos após a falência da Encol, obra abandonada na Rua Catequese, em Santo André, terá um fim rentável, tanto para os 72 detentores de parcela da massa falida que são proprietários do local como para a construtora AUC.

A empresa, após dois anos de negociação com os antigos donos, levantará um prédio comercial, com 11 andares, no terreno. “A previsão de VGV (Valor Geral de Vendas – estimativa em relação ao faturamento com a comercialização total do empreendimento) é de R$ 25 milhões”, revela o sócio-proprietário Jorge Leite.

Com previsão de margem de lucro de 20%, Leite explica que vai ofertar no local salas comerciais de 30 m² (metros quadrados) e lajes de 440 m². O valor a ser proposto no lançamento, previsto para daqui a dois meses, será de R$ 7.500 o m². “Acreditamos no potencial do local para um prédio comercial. A demanda por esse tipo de imóvel é muito grande no bairro (Jardim)”, destaca.

Atualmente, a empresa abriu um estande de pré-lançamento. “É uma forma de testar o mercado”, justifica o gerente comercial da AUC, André Costa. Mas a expectativa da companhia é comercializar todas as unidades em um mês após o lançamento.

TERRENO - Leite lembra que muitas construtoras tentaram adquirir o terreno. Mas acredita que saiu na frente tanto pelo projeto – ele modificou a ideia original, que previa torre residencial, para comercial –, como pelo valor oferecido aos 72 donos. Ele não revela cifras por ainda acertar com os proprietários, que estão divididos entre aqueles que ficarão apenas com os recursos e os que terão direito a unidades.

A respeito da aprovação da Prefeitura de Santo André, Leite explica que a base do prédio, chamada de fundação, será totalmente refeita. “Vamos demolir o que tem lá e começar do zero”, garante. A obra, que começou em 1995, dois anos depois foi abandonada com 6% de conclusão, quando a Encol foi à falência.

O endereço, durante os anos de abandono, serviu de moradia para um antigo conhecido dos vizinhos, um rapaz catador de latinhas que era conhecido como Cabelo. Ele morreu em março de 2008 dentro do terreno após residir no local por oito anos.

Após isso, o local se tornou um tanque de água de chuva, de 50 metros de comprimento, 20 de largura e oito de profundidade. Alguns moradores da região aproveitaram para promover o cultivo de peixes, tendo em vista que o terreno estava completamente abandonado.