Os vereadores de São Caetano vão cobrar explicações do presidente da Câmara, Sidnei Bezerra da Silva, o Sidão (PSB), sobre a licitação aberta em dezembro para contratar serviços de TI (Tecnologia da Informação). O certame foi suspenso na terça-feira, um dia antes da data marcada para abertura dos envelopes.

Os parlamentares querem entender o motivo da suspensão da concorrência e quais modificações serão feitas no edital – em nota ao Diário, o Legislativo admitiu que o texto sofrerá alterações, mas não informou quais seriam as mudanças. Nos bastidores, a principal reclamação é que nem mesmo os integrantes da mesa diretora sabem dos trâmites da licitação.

O vereador Jorge Salgado (Pros) afirmou que a polêmica em torno da concorrência pública está grande e por isso a reunião será necessária. “Estamos aguardando o retorno do presidente na segunda-feira para saber as posições dele sobre o assunto, que já rendeu muitas divergências. Nós queremos mais explicações”, declarou.

O vereador Fabio Palacio (PR) também integra o grupo que deseja esclarecimentos. O republicano ponderou que os parlamentares confiam na competência do presidente, mas reiterou que todos têm o direito de buscar informações. “Quando elegemos o presidente, nós damos autonomia. Se ele abriu o certame é porque existe a necessidade. Por outro lado, nós temos percebido que são valores altos”.

O contrato proposto por Sidão no certame é duas vezes maior ao do acordo vigente. Pelo edital, o serviço de TI sairia por R$ 207 mil mensais (R$ 4,9 milhões em dois anos). O custo mensal do acordo atual é R$ 99,4 mil por mês.

Presidente da comissão de Finanças, Beto Vidoski (PSDB) declarou que vai solicitar documentos para explicar os preços estimados por Sidão. “Só no fim do ano tomamos ciência dos valores, que serão debatidos nas primeiras reuniões com os vereadores. Ele precisa explicar e fazer a prestação de contas. Num edital, sobrar os preços é algo preocupante”, reiterou.

O tucano admitiu preocupação com os números colocados no certame. “É um absurdo. Acredito que seja prudente ter conversa para que a gente entenda (o que está ocorrendo)”, completou.

A concorrência pública lançada por Sidão estava dividida em cinco lotes, sendo que o último pacote previa atividade inclusa nos outros quatro contratos. O presidente quer contratar empresa para gerenciar o serviço prestado pelas outras fornecedoras, inclusive a manutenção dos aparelhos. Porém, a descrição dos outros itens do certame já determina que a vencedora deve prestar todo atendimento técnico, quando necessário.

Essa é a terceira vez que Sidão tenta finalizar processo de compras relacionado à TI. As duas últimas licitações fracassaram por falta de documentação ou incompetência técnica das licitantes.