Setecidades Titulo Meio ambiente
Billings tem três praias
impróprias para banho

Na manhã de domingo, cerca de 200 pessoas
se divertiam nas prainhas do Riacho Grande

Cadu Proieti
Camila Galvez
30/12/2013 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


A Represa Billings possui três pontos frequentados por banhistas com águas impróprias para banho. São as prainhas do Riacho Grande, do píer do Instituto de Engenharia e da entrada do Parque Estoril, todas em São Bernardo. As áreas do reservatório que apontam problemas constam no boletim da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) referente à qualidade das águas paulistas.

A balneabilidade da água é medida pela estatal por meio da concentração de bactérias fecais, causada pelo despejo de esgoto na represa. Segundo a gerente do setor de Águas Litorâneas da companhia, Claudia Lamparelli, a amostragem é feita uma vez por semana, e a água é considerada imprópria quando os últimos cinco resultados da análise são negativos. “A praia imprópria para banho oferece risco à saúde, mas isso depende da imunidade da pessoa e do tempo de exposição”, explica. Outro fator que pode levar à classificação irregular é a quantidade de algas no reservatório, algo comum nas margens da Billings.

O principal problema que o banho em águas impróprias pode causar ao ser humano é a gastroenterite, que tem como sintomas febre, dor de barriga, diarréia e vômitos. Outras doenças também podem ser transmitidas pela água contaminada, tais como a hepatite A, de acordo com a especialista da Cetesb.

A equipe do Diário foi até a Prainha do Riacho Grande na manhã de ontem. Por volta das 11h30, cerca de 200 banhistas se refrescavam nas águas da represa. Ao colocar amostra do líquido em um copo transparente, é possível ver elementos que deixam evidente a impureza do líquido. Em alguns pontos, quando bate vento, é possível sentir odor ruim próximo às margens. A reportagem não encontrou placas alertando os frequentadores sobre a má qualidade da água.

Ao ser informada que a prainha está imprópria para banho, a dona de casa Sandra Lima, 27 anos, foi pega de surpresa. A moradora de Diadema, que foi ao Riacho Grande passear pela segunda vez e preparava os dois filhos pequenos para o banho na represa, ficou receosa com a situação. “Ficamos preocupados, mas não há nenhum aviso informando que não pode nadar aqui. Se estiver ruim mesmo, temos de observar as consequências para a nossa saúde depois.”

Já o chefe de setor Gustavo Miguel Amorim da Silva, 39, que costuma ir ao local com frequência, reclamou das condições da represa logo ao sair do reservatório. “Entrei agora, mas essa água está podre. Aqui deveria estar interditado. Tem época que está limpinho, mas, dessa vez, dá para ver a olho nu a sujeira. Isso vai dar micose na certa. Saindo daqui, vou direto para a farmácia comprar remédio.”

OUTRAS ÁGUAS

As prainhas do Clube do Sindicato dos Metalúrgicos, na região da entrada da Dersa e próxima ao Zoológico do Parque Estoril, em São Bernardo, além da localizada no Clube Tahiti, em Ribeirão Pires, foram classificadas como adequadas pela Cetesb.

Já no Litoral paulista, há 15 praias impróprias para banho na região Norte e 33 na Baixada Santista e Sul, o que representa 28% do total de 170 praias monitoradas.
 




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