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Governador garante parte do Rodoanel Leste pronta até março

Alckmin afirma que irá aplicar multa à concessionária SPMar por atraso na entrega da obra

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
19/12/2013 | 07:00
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Marina Brandão


O governador Geraldo Alckmin (PSDB) garantiu ontem que, até março, “grande parte” do Trecho Leste do Rodoanel será entregue. As obras do segmento foram iniciadas em agosto de 2011 e a previsão inicial era que os 43,5 quilômetros da rodovia fossem liberados para o tráfego até o fim do primeiro trimestre de 2014. A concessionária SPMar, responsável pela construção, admite que não deve conseguir finalizar os trabalhos até março.

Alckmin assegurou que o segmento Leste será totalmente inaugurado até o fim do primeiro semestre do ano que vem. “Se em março não for entregue a obra toda, será entregue uma grande parte.” O governador salienta que a concessionária será multada se não conseguir cumprir os prazos contratuais.

Integrante da comissão de Transportes e Comunicações da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Orlando Morando (PSDB) protocolou denúncia contra o atraso no Ministério Público. A Promotoria abriu inquérito para investigar o caso. O tucano ironizou o fato de a rodovia ser aberta parcialmente. “O problema é que os trevos da Ayrton Senna e da Dutra ainda não foram iniciados. Ou seja, vai ligar o nada a lugar nenhum.”

O parlamentar classificou como ‘balela’ as justificativas apresentadas pela SPMar de que os atrasos se devem a entraves com a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e a MRS Logística. Os impasses são referentes à liberação de áreas para o avanço dos canteiros de obras.

A concessionária informa que, considerando apenas os locais onde recebeu autorização para executar a construção, o avanço é de 73%. A empresa ressalta que, em março de 2011, apresentou ao Estado cronograma prevendo 5% de andamento no primeiro ano, 40% no segundo e 55% nos últimos 12 meses.

A SPMar informa que o ponto mais crítico é o entroncamento com a Rodovia Presidente Dutra, onde ainda não foi emitido Termo de Autorização de Interferência. Sem esse documento, as equipes não podem avançar os equipamentos e iniciar os serviços. A concessionária afirma que a não liberação gera custo de R$ 11 milhões por mês em razão da ociosidade de máquinas e funcionários. Para não perder tempo, a construtora garante que está fazendo sondagens no terreno – a fim de adiantar eventuais ajustes de projeto – e dando andamento às desapropriações.

Caso o atraso para a entrega da totalidade do Trecho Leste seja confirmado, a SPMar afirma que pode entregar apenas o trecho entre Mauá e a Rodovia Ayrton Senna, desde que a Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo) autorize a liberação. A empresa afirma ser a maior interessada no cumprimento do prazo, já que, depois da conclusão da construção, irá operar a rodovia e, portanto, arrecadar o valor dos pedágios.

Após a entrega, o Trecho Leste do Rodoanel irá passar por Mauá, Ribeirão Pires, Suzano, Poá, Arujá e Itaquaquecetuba. No contrato estavam previstas saídas para a asa Sul, em Mauá, e para as rodovias Henrique Eroles, em Suzano, Ayrton Senna, em Itaquaquecetuba, e Presidente Dutra, em Arujá. O Estado também planeja a construção de alça em Ribeirão Pires. A obra está orçada em R$ 2,8 bilhões, valor pago integralmente pela iniciativa privada.

As obras do Trecho Norte foram iniciadas em março e têm previsão de entrega em 2016, fechando os 177 quilômetros de anel viário que ligam as principais rodovias da Grande São Paulo.

Governo terá linha de crédito para realizar desapropriações

O governo do Estado pretende assinar com a Caixa Econômica Federal linha de crédito exclusiva para o pagamento de desapropriações em obras feitas por PPP (Parceria Público-Privada). O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Regional e presidente do Conselho Gestor de PPP, Julio Semeghini, estima que seja necessário R$ 1,2 bilhão para as próximas intervenções previstas, como construção de hospitais e linhas de metrô.

“Hoje, grande parte dos financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) é tradicional e não pode ser usado para desapropriação. Então, o governo tem que pôr (recurso) do próprio tesouro. Não adianta liberar R$ 1 bilhão para obra se não tiver R$ 600 milhões para desapropriação”, explica Semeghini.

Apenas para a Linha 18-Bronze (Tamanduateí/Djalma Dutra), são estimados gastos de R$ 300 milhões com remoção de imóveis. A previsão é que o edital para a construção do monotrilho que ligará São Paulo a São Bernardo seja lançado ainda neste ano. O itinerário também passará por São Caetano e Santo André.

LINHA 6-LARANJA

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) assinou ontem o contrato para construção da Linha 6-Laranja do Metrô (Brasilândia/São Joaquim), que ligará a região central à Zona Norte da Capital. A obra será executada pelo consórcio Move São Paulo, formado pelas empresas Odebrecht, Queiroz Galvão, UTC Participações e pelo fundo Eco Reality. O valor do empreendimento é de R$ 9,6 bilhões, sendo que R$ 8,9 bilhões serão divididos de forma igual entre Estado e iniciativa privada. A linha terá 16 quilômetros, 15 estações e passará por cinco faculdades e universidades. 




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