Impasse. Essa é a palavra que define a situação dos 63 colaboradores da Rhodia Química, em Santo André. Na sexta-feira, o grupo belga Solvay, proprietário da fábrica, anunciou que irá fechá-la já que adquiriu, por R$ 100 milhões, unidade da empresa Erca, que atua no mesmo segmento, em Itatiba, perto de Campinas. As operações de especialidades químicas (produtos que entram na formulação de xampus e condicionadores e defensivos agrícolas) serão concentradas no interior paulista.

A ideia inicial é de que os funcionários de Santo André sejam transferidos para Itatiba entre um ano e meio e dois anos. “Precisamos discutir o caso daqueles que não podem ou não querem mudar de cidade”, disse o diretor do Sindicato dos Químicos do ABC e secretário da regional de Santo André, Nilton Nunes de Brito, conhecido como Tijolinho.

Segundo ele, uma reunião com os dirigentes da empresa está marcada para quinta-feira, no período da manhã. “Queremos conversar sobre a possibilidade de criar um pacote de benefícios para aqueles que pensarem em pedir demissão ou, até mesmo, a possibilidade de realocá-los nas demais unidades do grupo.”

A companhia vai manter outras fábricas em Santo André: a Rhodia Poliamida, que faz fios têxteis, e a Acetow, que produz filtros para cigarros. As duas plantas, que geram 1.300 postos de trabalho atualmente, receberam investimentos para modernização e ampliação nos últimos anos.

Tijolinho disse que os trabalhadores foram pegos de surpresa. “Eles não esperavam por essa decisão. E nem nós.” A decisão de encerrar a atividade em Santo André, segundo a companhia, se deve ao fato de que a Erca tem tecnologia de ponta nessa área, e esses ativos industriais darão à Rhodia a possibilidade de ampliar a produção, atendendo, assim, o mercado.