Política Titulo DGABC Pesquisas
Gestão Donisete é pior do ABC com nota 4,1

Avaliação dos munícipes de Mauá, em pesquisa,
gera queda de 0,6 ponto percentual ao petista

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
10/11/2013 | 11:28
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Ricardo Trida/DGABC


A população de Mauá deu nota 4,1 aos dez meses iniciais da administração Donisete Braga (PT), número que o deixa com a pior avaliação entre as sete prefeituras do Grande ABC. Nessa segunda pesquisa de diagnóstico das gestões municipais feita pelo DGABC Pesquisas, o petista despencou 0,6 ponto percentual em relação ao resultado do levantamento anterior, de junho – maior índice de queda na região, ao lado do tucano Gabriel Maranhão e do peemedebista Paulo Pinheiro. Ele figurava no antepenúltimo lugar da lista regional e agora passa a amargar a última posição.

O levantamento foi realizado no dia 5, com 400 pessoas – a margem de erro é de 5%. Segundo a amostra, 44,9% do eleitorado rejeita o trabalho realizado até agora pelo governo petista. Foram 16,8% de ruim e 28,1% de péssimo. No estrato registrado de cinco meses atrás essa reprovação constava no patamar de 27%. Ou seja, de acordo com a análise, aumentou em 17,9 pontos percentuais o número de pessoas que estão descontentes com a gestão do PT.

Pela amostra, esse índice negativo supera, inclusive, a avaliação regular em relação à gestão: 37,1% (sendo 18,3% de regular para bom e 18,8% de regular para ruim). No mês de junho, esse dado era de 40,8%. Por consequência, a aprovação da administração teve baixa significativa. Caiu 7,2 pontos percentuais. Isso porque o petista tinha aceitação de 23,2% da população mauaense à época e, nesta atual pesquisa, ele ficou com 16% (sendo 2% de ótimo e 14% de bom).

Apesar de buscar medidas para resolver o problema, o governo Donisete não conseguiu desenrolar por completo a situação da dívida com a Caixa Econômica Federal. Prova disso é que a cidade, inicialmente, receberá apenas 30% do (Fundo de Participação dos Municípios), o que ainda prejudica o saldo financeiro. O petista repactuou o débito histórico que chegou a R$ 3 bilhões pela canalização de córregos. Com o acordo firmado em Brasília, o deficit reduziu para R$ 469 milhões.

Não bastasse esse problema econômico, a guerra judicial pelo sistema municipal do transporte público tem atrapalhado a imagem da gestão. São dez meses de imbróglio na Justiça, período em que empresas de ônibus trocam o direito de operar as linhas da cidade.

OPOSIÇÃO

O eleitorado da deputada estadual Vanessa Damo (PMDB), principal adversária de Donisete na eleição do ano passado, rejeita a atuação do governo petista, concedendo nota 2,6 – em junho, era 3,9. Essa reprovação contribuiu para a queda do prefeito na pesquisa. A população que foi adepta à sua candidatura no pleito deu nota 5,1 ao trabalho da gestão nesse período.

Transporte coletivo é mal avaliado

Mesmo subindo no conceito da população, as moradias populares continuam na lanterna, entre os piores setores da administração petista. Em junho, a Habitação teve nota 3 e agora, 3,4. Problema crônico, com boa parte dos moradores vivendo em favelas. Empatado com transporte coletivo na última posição. A confusão jurídica e operacional do sistema, que prejudica o usuário, é refletido com clareza na sondagem.

Há embaraço judicial na operação do Lote 2, com liminar favorável à atuação exclusiva da viação Cidade de Mauá. Mas, concomitantemente, a Suzantur continuou prestando o serviço durante oito dias – parou na sexta-feira –, com ônibus adaptados para a Capital, com portas do lado esquerdo, fazendo com que o passageiro desça no meio da rua. Antes disso, a Leblon também atuava por liminar. A situação vem desde a gestão anterior e em dez meses da atual administração não foi resolvido.

O prefeito Donisete Braga promete lançar licitação para resolver o imbróglio nos próximos dias. Enquanto isso não ocorre, desobedece liminar e as duas empresas fazem os trajetos. Situação insificiente para aprovação dos munícipes, no entanto.

Apesar da queda na nota geral, a cidade de Mauá está mais limpa. Essa é a percepção dos moradores, de acordo com a segunda rodada do levantamento feito pelo DGABC Pesquisas. O item limpeza e varrição de ruas subiu 0,3 ponto e obteve nota 5,8, ficando com a primeira colocação entre 18 segmentos mensurados.

Por outro lado, melhoria nas pré-escolas teve ligeira queda, de 5,5 para 5,4 e aparece na segunda posição entre os mais bem avaliados serviços públicos de Mauá.

O setor de Saúde teve melhoria na avaliação da população mauaense, apesar dos itens relacionados a essa área estarem nas últimas posições. Avanços em hospitais municipais teve nota 3,1 em junho e atualmente recebe 3,5. Ainda assim, é o terceiro pior serviço.

O atendimento em UBSs (Unidades Básicas de Saúde) saltou de 3,2 há cinco meses para 3,7 hoje. O serviço, no entanto, é o quinto pior na escala.

 

Maioria do eleitorado prevê estagnação no decorrer do mandato

A expectativa positiva da população de Mauá regrediu em relação à análise de junho. A maioria do eleitorado pesquisado (38,7%) acredita na estagnação do governo Donisete Braga ao avaliar que vai continuar como está nos próximo três anos de mandato. Caiu de 51,1% para 36% o percentual de pessoas que responderam que, na sequência desse período, haverá melhora. O número de descrentes também aumentou: subiu de 18,8% para 23,5%. Os indecisos diminuíram, passando de 6,3% para 1,8%.

Embora haja desconfiança, o levantamento relata que 55,5% dos entrevistados demonstraram satisfação em morar em Mauá, enquanto 4,4% mencionaram que estão muito satisfeitos. A amostra registra que 25,8% dos munícipes apontaram descontentamento com as condições atuais da cidade e 4,8% da população mostra-se muito insatisfeita.




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