Prefeitos do Grande ABC admitiram falhas apontadas pelo levantamento do DGABC Pesquisas, divulgado ontem pelo Diário, e prometeram melhorar áreas criticadas pela população.

Chefe do Executivo com a pior nota, Donisete Braga (PT), de Mauá, reconheceu que a crise no transporte público da cidade interferiu diretamente na conceituação dada pelo munícipe à sua administração. O transporte coletivo foi classificado como pior área do governo petista, que recebeu nota 4,1 do mauaense.

“Há uma grande desconfiança na população para saber se o prefeito terá condição política de mudar o transporte e eu reafirmo que vamos continuar na luta pela mudança”, declarou Donisete. Para ele, os números vão subir após o fim do imbróglio no setor e implementação efetiva da integração entre o sistema municipal e a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

Carlos Grana (PT) concordou com a nota 5 dada pelo andreense ao seu governo, avaliando que houve falhas de comunicação de realizações feitas no seu primeiro ano de mandato para a população. “Temos muita coisa em preparação que o morador não sabe que estamos fazendo. É uma questão de comunicação, que temos problemas.”

Sobre intervenções no trânsito da cidade – apontado pelo andreense como setor mais deficitário da administração –, Grana ressaltou projetos em andamento para dar fluxo no viário, como futuras construções de corredores de ônibus e reavaliação do tráfego em grandes vias de Santo André. “Recebi o resultado com pés no chão e com certeza que vamos melhorar muito no ano que vem.”

Com nota 5,4 do diademense, Lauro Michels (PV) também reconheceu falhas no sistema municipal de Saúde, mas ressalvou que o problema atinge todas as esferas de governo. Atendimentos em UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e nos hospitais municipais foram os mais criticados pelos eleitores.

“No Brasil a Saúde está debilitada. Estamos reestruturando e informatizando o sistema, para melhorar o atendimento”, comentou Lauro. Ele previu que a chegada de unidade da Rede Lucy Montoro à cidade e a abertura do Hospital de Clínicas de São Bernardo vão desafogar a rede municipal.

Único prefeito a registrar melhor desempenho em relação à pesquisa de junho, Saulo Benevides (PMDB), de Ribeirão Pires, afirmou que o acréscimo de performance tem como base direcionamento de investimentos em áreas criticadas pela população no primeiro levantamento de gestão divulgado pelo Diário.

“Focamos bem mais em recursos para Saúde, atendimento em UBS. A pesquisa serviu de lição para melhorar o que estávamos pecando. E vai ajudar até o fim da administração”, disse o peemedebista.

Sobre o fato de ter aumentado os índices de aprovação e rejeição – num recuo de avaliações regulares –, Saulo opinou que os eleitores de seus adversários “precisarão de mais um tempinho para serem conquistados por seu governo”. “A oposição tem feito um trabalho irresponsável, não uma oposição construtiva.”

Paulo Pinheiro (PMDB), de São Caetano, achou justo o conceito 5,4 recebido do munícipe, porém ressaltou que a Prefeitura tem enfrentado problemas financeiros principalmente por não contar com auxílio do governo do Estado e da União para custear áreas competentes às esferas superiores. “Não é só São Caetano, mas todas as cidades estão sufocadas financeiramente. E o morador vem diretamente ao prefeito para reclamar, porque estamos mais próximos.”

O peemedebista afirmou que a administração tem mapeado áreas para construção de moradias populares, área mais criticada de sua gestão. “São Caetano tem terreno muito valorizado, o que afugenta investimentos de habitação popular. Mas é algo que estamos trabalhando para melhorar.”

Indagado sobre os resultados do estudo, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), não quis comentar a nota 5,6 oferecida pela população da cidade ao seu segundo mandato.

Gabriel Maranhão (PSDB), de Rio Grande da Serra, não retornou contatos da equipe do Diário para comentar a pesquisa. Ele teve nota 4,6.