Para o eleitorado de São Caetano, o prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) é nota 5,4 nesses dez primeiros meses na condução do Palácio da Cerâmica. É o que mostra a segunda rodada do levantamento feito DGABC Pesquisas. Na primeira amostra, divulgada em 9 de junho, o peemedebista ganhou nota 6, sendo o segundo melhor avaliado da região. Agora, continua no mesmo lugar, junto com Lauro Michels (PV-Diadema), mas com 0,6 de média a menos.

O resultado da pesquisa aponta que a boa imagem pessoal do chefe do Executivo não tem se transportado de maneira direta quando sua capacidade administrativa é avaliada. Outra questão que pode ter desagradado os são-caetanenses é a justificativa de R$ 264,5 milhões de restos a pagar deixados pela administração passada para que projetos do atual governo não fossem concluídos. A menos de dois meses de terminar o primeiro de quatro anos, o comandante do Paço ainda tem colocado a casa em ordem.

Vereador por quatro mandatos consecutivos (de 1997 a 2012), Pinheiro quebrou, ao vencer a eleição do ano passado, a hegemonia do PTB, que comandava a Prefeitura há 30 anos. O clima eleitoral era de mudanças para melhoria da qualidade de vida da população, que já é a melhor do Brasil, segundo o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).

Assim como a nota geral, a avaliação positiva do governo peemedebista caiu e a negativa subiu. Em junho, o prefeito tinha aprovação de 35,7% da população, com 6,4% de ótimo e 29,3%, bom. Agora, a popularidade é de 25,1%, sendo que 2,8% dos entrevistados disseram que a administração é ótima e 22,3%, boa.

Os índices de regularidade oscilaram pouco. Há cinco meses, 36,3% das pessoas apontaram a gestão como regular. Atualmente o número chega a 33%. Mas há de se ressaltar a tendência de queda, pois o conceito de regular mais para bom desceu de 21,5% para 17% e o de regular mais para ruim de 14,8% para 16%.

Aumentou a rejeição de Pinheiro na condução do Paço, de acordo com sondagem. A avaliação negativa era de 15,7% em junho, com 8,5% das opiniões para ruim e 7,2%, péssimo. Hoje, mais do que dobrou: é de 38,3%, sendo 15,5% de ruim e 22,8%, péssimo.

As entrevistas foram realizadas no dia 7, com 400 pessoas. A margem de erro é de 5%.

Nenhuma das 18 áreas avaliadas pelo DGABC Pesquisas apresentou evolução de um levantamento para outro, segundo respostas do eleitorado de São Caetano. O que deixa o ranking estável. Apenas o transporte coletivo manteve-se com a nota nas duas sondagens: 6,2, sendo o sexto setor mais bem avaliado.

O serviço de água e esgoto, sob responsabilidade do DAE, continua como o melhor ponto do governo. Mas também oscilou negativamente. Em junho, tinha nota 7,5. Hoje, recebe 7,3. Historicamente a autarquia é bem avaliada pela população. Em 2011, a cidade conquistou a capacidade de tratar 100% do esgoto, que já era 100% coletado. Também tem 100% de rede de água.

A manutenção dessa estrutura e as obras de drenagem são os desafios do DAE, que tem feito ações para atingir padrões de excelência. O problema, como em outros segmentos, é a saúde financeira da instituição. Ainda não há fissuras econômicas, mas o governo está em alerta.

Na segunda posição está a melhoria nas pré-escolas. A nota do Ensino Infantil foi de 7,2 cinco meses atrás e agora é de 6,5. Empatada com a limpeza da cidade e varrição de ruas, que em junho tinha 6,9.

O destaque negativo fica por conta da construção de moradias populares, que tem a pior avaliação, assim como ocorreu no levantamento anterior. Antes a nota era de 3,9, hoje é 3. Projetos de Habitação nunca tiveram prioridade no município. As únicas 97 unidades feitas pelo Estado, em parceria com a Prefeitura, foram entregues em 2011. Em ação exclusivamente municipal, 200 apartamentos foram construídos em 2002, no bairro Mauá.

Geração de empregos (4,1) e atuação da GCM (Guarda Civil Municipal - 4,1) fecham a parte de baixo do ranking.

O nível de confiança para desenvolvimento da gestão peemedebista de São Caetano também desmoronou. Em junho, os que acreditavam que iria melhorar eram 62,8%, outros 18,8% diziam que continuaria como estava e 11,2% acreditavam em piora.

Agora, 46,8% esperam melhoria da gestão Pinheiro, 23% falam que continuará assim e 20% creem em piora. Os que responderam não saber eram 7,2% na sondagem anterior, e 10,2% na recente.

Os números mostram que a desconfiança do eleitorado aumenta conforme o governo Pinheiro vai ganhando forma. O peemedebista tem se esforçado para atender aos anseios da população e tirar do papel projetos importantes, como a transformação do Hospital São Caetano em unidade de referência na região. Para isso, tem solicitado auxílio do Estado e da União. Mas são ações a longo prazo.