Palavra do Leitor Titulo Coluna
O Brasil que queremos
Do Diário do Grande ABC
06/11/2013 | 07:50
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Artigo

É hábito arraigado entre brasileiros atribuir a outros a culpa pelos próprios males. Se se pode atribuir sentimentos a entes coletivos, esse é também hábito da Nação brasileira, pois estamos sempre procurando encontrar nas outras nações a origem dos nossos fracassos. É o que está por trás da noção de opção ‘equivocada’ pelo modal rodoviário que o Brasil fez ao tempo do governo Juscelino Kubitschek (1956-1961), que teria se deixado levar pelos interesses da indústria automobilística norte-americana.

Naquele tempo, é certo, o Brasil precisava abrir rodovias para desbravar o seu território, o que aceleraria o crescimento das montadoras de automóveis e caminhões. Mais que isso: o País precisava crescer. Mas daí a concluir que o sucateamento da rede ferroviária e dos portos e aeroportos tenha se dado, de maneira proposital, para favorecer interesses norte-americanos é exagero. Também não se pode dizer que portos e aeroportos tenham sido sucateados porque isso pressupõe que estiveram dentro de padrões de primeiro mundo. Já o modal ferroviário – pelo menos no Estado de São Paulo – funcionou bem à época do café, como ainda se pode perceber pelas antigas estações que viraram centros culturais.

O novo modal rodoviário chegou a situação tão caótica que governantes de mentalidade estatizante viram-se obrigados a privatizá-lo, com mais um ônus para a sociedade que é a cobrança de pedágios, já que a taxação dos demais impostos não foi reduzida. Resultado: sair do interior paulista em direção ao Porto de Santos significa passar por cinco ou seis pedágios, o que contribui decisivamente para que o preço do transporte rodoviário seja de 25% a 40% mais caro do que para outros portos do País, como mostrou recente estudo do grupo Maersk. Apesar disso, o Porto de Santos ainda é o mais eficiente e mais bem aparelhado de que dispomos, embora lá um contêiner demore 21 dias para ser liberado, enquanto em Roterdã, na Holanda, a média é de dois dias.

Para piorar, o Brasil está entre os piores do mundo em termos de serviços alfandegários. Basta ver que ocupa a 123ª posição no ranking com 185 países do Ease of Doing Business Index (índice da facilidade de fazer negócio, na tradução livre) do Banco Mundial, de 2013, que leva em conta tempo, custo e documentação para a exportação ou importação. Nada disso pode ser atribuído a um plano maquiavélico de estrangeiros para nos condenar ao atraso eterno. Por isso, está na hora de assumirmos a responsabilidade por nossos próprios erros. A partir daí, ficará mais fácil definir o modelo de País que queremos construir.

Mauro Lourenço Dias é engenheiro eletrônico, vice-presidente da Fiorde Logística Internacional, de São Paulo, e professor de pós-graduação em Transportes e Logística na Unicamp.

Palavra do leitor

Proteção!
Prefeito de Santo André, solicito à vossa excelência e ao seu secretário de Segurança a digna proteção, pois a nossa imagem vem sendo denegrida de forma violenta e estúpida por pessoas que se diziam seres humanos, mas que não sabem sequer viver a vida maravilhosa a elas concebida por Deus. Nossos irmãos crianças estão sendo espancados, violentados, desrespeitados e, em alguns casos, comercializados. Não bastasse isso, somos amparados por uma legislação deprimida, por idealistas utópicos, que se prevalecem de seus cargos para se manter numa imagem abstrata de homem ideal. Diante de tamanha crueldade, solicito a sincera intervenções dos senhores em esforços a estarem a todo instante olhando e nos protegendo sob todas as formas e condições, amparados pelas leis de Deus e dos homens. Com certeza, serão os senhores contemplados com o mérito da felicidade.
Cleyton Campelo
Santo André

Social
Prezada Juliana Bontorim, quero parabenizá-la pela nova coluna Social do Diário. A página ficou mais dinâmica, leve, descontraída e informativa. Parabéns pelas inovações e pelas mudanças. Abraços a você e a toda equipe.
Caroline Pitarelli
Santo André

Resposta
Com relação à carta do leitor Alberto Moreno (Painel, dia 4), o Programa Poupatempo informa que foi solicitada ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) a aquisição de um painel de chamadas (gerenciador de filas) para facilitar o atendimento no órgão. O Poupatempo agradece a manifestação, que nos ajuda a corrigir falhas e nos auxilia na busca constante pela melhoria e manutenção da excelência nos serviços prestados ao cidadão paulista.
Programa Poupatempo

Vila São Pedro
Bem oportuna a reportagem sobre os Correios e a Segurança (Economia, ontem). Os índices não são maiores porque já faz mais de sete meses que os Correios Sedex não fazem entregas na Vila São Pedro, em São Bernardo. Sempre que compramos e pagamos por entrega, temos que retirar no Centro. Uma das pessoas que trabalham na empresa disse que não é possível fazer entrega, pois todas as vezes que o carro fazia entrega era alvo de roubo. Por isso, todos nós, da Vila São Pedro, pagamos por um serviço que não é feito. Vou além: temos de pagar duas vezes pelo mesmo serviço, pois tem que pegar ônibus ou seu veículo e gastar novamente. Gostaria de saber dos Correios até quando vamos ter de conviver com essa situação?
Marcelo Florentino Leite
São Bernardo

Dúvida
Em princípio, salvo raríssimas exceções, projetos apoiados por Renan Calheiros e/ou PT-Lula-Dilma tendem a ser prejudiciais ao País e benéficos para seus aliados. Como não entendo nada de economia, estava em dúvida se é bom ou não a autonomia do Banco Central. Agora piorou. Renan e Dilma apresentam propostas opostas.
Luiz Nusbaum
Capital

Donisete
Nos meus 30 anos de Mauá nunca vi um prefeito ‘fanfarrão’ como esse Donisete Braga. Até agora só discurso bonitinho, mas, na prática, ainda não fez nada. A não ser a lambança do transporte público, desafiando a Justiça, disposto a pagar multa de R$ 30 mil, que, aliás, somos nós que vamos pagar. Acho que ele está sendo influenciado pelo seu secretário jurídico, que responde processo por improbidade no Interior. O que, aliás, é prática do PT, desafiar a Justiça. Como se não tivesse servido de exemplo o padrinho político do Donisete, o Márcio Chaves, ter sido cassado quando desafiou a Justiça. É o que vai acontecer com os desmandos do Donisete, contestando contratos que o antecessor dele assinou com as empresas de ônibus. Da maneira que trata o transporte público, das duas, uma: ou está criando dificuldades, para ter facilidades políticas; ou realmente não tem ninguém competente para tocar os projetos. O secretário de Mobilidade, que já foi da Saúde, tem quatro procedimentos no Ministério Publico, também de improbidade. Da para entender?
João Vieira Rocha
Mauá
 




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