Depois de longo período de discussões, o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), flexibilizou as tratativas com a Câmara e fixou ontem o valor de R$ 300 mil para emendas parlamentares. Embora parte dos vereadores pleiteava montante superior para cada gabinete, a postura agradou o Legislativo. Conforme o acordo firmado, 30% do total, necessariamente, terá de ser destinado para intervenções na cidade. “Combinamos, no mínimo, R$ 90 mil para obras”, disse o secretário de Gabinete, Tiago Nogueira (PT).

Essa parcela destinada para obras refere-se a indicações para implantação de semáforos, recapeamento de ruas, manutenção de praças, implementação de lombofaixas, entre outros serviços, que, geralmente, fazem parte das demandas na Casa. O valor resultará na reserva de R$ 6,3 milhões em emendas ao Orçamento, aumentando a cota em R$ 1,8 milhão – antes o aporte seria de R$ 4,4 milhões. Isso porque na peça orçamentária que tramita na Câmara, o governo petista estipulou R$ 210 mil.

Governista, o vereador José de Araújo (PMDB) afirmou que os R$ 300 mil estão dentro da realidade do município, rechaçando que o acréscimo provocaria majoração no deficit financeiro do Paço. “Dá para tirar de uma dotação, porque o aumento de R$ 1,8 milhão será reposto ao Orçamento com a devolução do Legislativo, que neste ano deve girar em torno de R$ 8 milhões a R$ 10 milhões. A Prefeitura não está contando com esse ressarcimento”, sinalizou.

Na ala de oposição, o parlamentar Ailton Lima (Solidariedade) disse que, apesar de aceitar o valor, reivindicava R$ 600 mil, divididos em R$ 300 mil para obras e a reserva de outros R$ 300 mil para subvenção a entidades assistenciais do município. “Tiraria a questão de o vereador ficar com o chapéu na mão, pedindo as coisas (ao Executivo)”, analisou.

Tiago alegou que a administração “sempre esteve aberto ao diálogo”. “O Grana está convencido que o modelo é bom. Mostra o posicionamento do governo do PT, em dialogar. É um gesto. Vamos cumprir integralmente com os 21 vereadores.” Em contrapartida, o acordo também se vale da aprovação do Orçamento de 2014, na ordem de R$ 3,2 bilhões, saltando dos atuais R$ 2,4 bilhões. A proposta precisa ser votada antes do recesso parlamentar.