Escola é a única pública de S.Paulo a disputar o Brasileiro e termina em terceiro a disputa do handebol masculino
Esqueça ginásios bem equipados, materiais de treino de boa qualidade e estrutura de apoio como em grandes centros esportivos. Na Escola Estadual Professora Maristela Vieira, localizada no Jardim Thelma, em São Bernardo, existe uma quadra, algumas bolas, traves e muita, mas muita vontade de ensinar e aprender handebol. A dedicação de professores e alunos levou a escola pública a ser a única a representar São Paulo nos Jogos Escolares da Juventude, disputados em setembro, em Natal, no Rio Grande do Norte.
A proeza foi conseguida pelos alunos da categoria mirim (13 e 14 anos), que para alcançar a competição nacional precisaram percorrer longo caminho entre disputas regional e metropolitana, até conquistarem o título da etapa final do Estadual, realizada em agosto, na cidade de Jales, no Interior, em torneio que envolveu escolas públicas e particulares campeãs em suas regiões.
“Foi um longo caminho, mas ficamos satisfeitos com os resultados. Fomos a única escola pública de São Paulo a se classificar para o Brasileiro e terminamos em terceiro. Isso é reflexo de muito trabalho, pois não temos as melhores condições, não temos ginásio, mas temos profissionais, alunos e apoio de familiares e direção”, comentou a professora Gisleine de Mello, mais conhecida como Gika, que coordena o projeto e treina os garotos.
Além da terceira posição, a participação no Brasileiro rendeu outros frutos. Oito jogadores do grupo composto por 16 atletas passaram a integrar o programa Bolsa Talento, da Secretaria Estadual de Esporte, Lazer e Juventude e recebem mensalmente ajuda de custo de R$ 550. “Esse dinheiro é importante para dar motivação aos garotos e servir de exemplo aos demais”, ressaltou Gika.
Quatro jogadores do elenco – Matheus Rocha, Raphael Gomes, Kainã Gustavo e Jefferson Oliveira – chamaram atenção dos olheiros do Comitê Olímpico Brasileiro que estavam acompanhando a competição e foram indicados para participar das próximas edições do Acampamento de Desenvolvimento Técnico, que é organizado pela Confederação Brasileira de Handebol. Eles também foram convidados para treinar na Metodista/São Bernardo, principal clube brasileiro da modalidade.
FUTURO
Com os resultados obtidos na categoria mirim, o sonho da diretoria da escola é conseguir montar um time na categoria juvenil para dar sequência ao projeto e tranquilizar muitos dos jogadores que vão chegar aos 15 anos em 2014.
“Isso é o que queremos. As condições que temos não são as melhores, fazemos o que dá, mas tenho certeza de que conseguiremos criar esse time em 2014, porque é uma dó não dar continuidade no que está dando certo. Vamos trabalhar para conseguir apoio e melhorar a nossa estrutura. Os resultados nos mostram que estamos indo pelo caminho certo”, finalizou Gika.
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O convite faz parte do regulamento da competição, que permite até três indicações das equipes que foram eliminadas no caminho.
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