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Debates do PED miram a gestão de Reali em Diadema

Discussões focam decisões de governo e derrota para Lauro, mas pouco se fala do futuro do partido

Raphael Rocha
do Diário do Grande ABC
12/10/2013 | 07:58
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Arquivo DGABC


 Debates internos promovidos pela direção do PT de Diadema para o PED (Processo de Eleição Direta) se transformaram em espaço para militantes e adversários para questionar a administração de Mário Reali, que concorre à presidência do partido.

Nos dois eventos, um realizado no Jardim Canhema e outro na sede do PT, no bairro Piraporinha, os candidatos Irene dos Santos, Júlio Tavares e Francisco Alexandre da Silva, o Chico PT, não pouparam críticas à metodologia de governo de Reali e, principalmente, ao amplo arco de alianças defendido pelo ex-prefeito, que no ano passado perdeu a reeleição para Lauro Michels (PV).

O ex-chefe do Executivo optou por direcionar o debate para questões internas, de condução do futuro da legenda, mas não refutou responder questionamentos. Fez mea-culpa pela amplitude dos aliados, dizendo que “alguns mudaram de lado sem que o defunto estivesse cheirando”, mas lembrou que muitos petistas não defenderam a gestão, recordando a greve de 23 dias instalada pelo Sindema (Sindicato dos Servidores Públicos de Diadema), cuja direção pertence à tendência Articulação de Esquerda – a qual Irene faz parte.

“(Quando fui prefeito) Buscamos aproximação com a Articulação de Esquerda, que foi rompida com a greve. Não vi esse movimento (de greve) neste ano (com Lauro à frente do Paço). Acham que acabei com a ETCD (Empresa de Transporte Coletivo de Diadema) porque queria, era meu gosto? Entrei na Prefeitura com ETCD e Saned (Companhia de Saneamento Básico de Diadema) numa situação difícil, mas não culpei ninguém do PT”, rebateu Reali, no primeiro debate.

Irene, que foi uma das mais críticas a decisões administrativas de Reali, focou reclamações no arco de alianças. “Política de alianças foi danosa. Priorizou a bancada, porque a Câmara que governava. Passamos muitas humilhações na Câmara. Cida (Ferreira, PMDB) e (Milton) Capel (PV) faziam chantagem descaradamente.”

Júlio Tavares contestou o fato de algumas entidades ligadas a petistas não terem sido declaradas como utilidade pública e Chico também reclamou que as origens petistas precisam ser resgatadas. Tavares propôs, inclusive, assinatura de termo de compromisso para que o futuro presidente do PT não saia candidato em 2014 e 2016, forçando com que o dirigente apenas trabalhe partidariamente. Somente ele e Chico PT assinaram – Reali e Irene podem disputar cadeira na Assembleia Legislativa em 2014.

 

APOIOS DISTANTES

O plano de Reali ser candidato a deputado estadual, que não é unanimidade no PT de Diadema, está próximo de perder os poucos apoiadores. Os vereadores Ronaldo Lacerda e Lilian Cabrera sinalizaram que apoiarão a candidatura do presidente do São Bernardo Futebol Clube, Luiz Fernando Teixeira, à Assembleia.

Somente o vereador José Antônio da Silva continua adesão à empreitada. Josa Queiroz, Orlando Vitoriano e Manoel Eduardo Marinho, o Maninho, têm compromisso de ajudar o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Teonílio Monteiro da Costa, o Barba, também de São Bernardo.




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