Economia Titulo Consumo
Fabricantes apostam em novidades para o Dia das Crianças

No Grande ABC, marcas investem em personagens
e releituras dos clássicos para a data

Yara Ferraz
Especial para o Diário
29/09/2013 | 07:21
Compartilhar notícia
Arquivo DGABC


Com a chegada do Dia das Crianças, as fabricantes de brinquedos da região começam a investir em novidades para atrair os pequenos. Na tentativa de driblar a concorrência com os produtos importados, em especial os chineses, e ganhar mercado, a aposta para a data neste ano está nos personagens e nas releituras e adaptações dos jogos clássicos – o que inclui versões virtuais.

A Grow, localizada em São Bernardo, joga suas fichas na linha de itens das Chiquititas para conquistar as meninas, como o baralho Can-Can (R$ 12,90), o Super Trunfo (R$ 12,90) e a lousa Risque e Rabisque (R$ 59,90).

Quanto às bonecas, o destaque fica por conta da Mônica Bambolê, que canta e se mexe sozinha, ao estilo da antecessora Dancing Mônica, só que mais incrementada. O preço dela gira em torno de R$ 149,90.

Para os bebês, a marca segue apostando na Galinha Pintadinha interativa, que canta e mexe as asas e as patas. O item, lançado no fim do ano passado, encanta crianças de até um ano. O brinquedo sai por R$ 110, em média.

De acordo com o gerente de marketing da Grow, Gustavo Arruda, a empresa também está colocando novos acessórios nos jogos clássicos. “Voltados para a moçada mais velha, a gente tem um novo Imagem e Ação, que vem com uma lousinha e uma caneta que apaga com o dedo, facilitando a brincadeira.”

A marca também disponibiliza, em releitura do também tradicional Perfil, um aplicativo gratuito para smartphones.

A Gulliver, localizada em São Caetano, tem como principal atrativo os jogos voltados para a Copa do Mundo, que terá a próxima edição no ano que vem, realizada no Brasil.

A empresa aposta em itens como o Futebol Club, versão do futebol de botão com miniaturas de jogadores, como o craque Neymar. O preço fica na média de R$ 39,90.

CRESCIMENTO - Segundo dados das indústrias de brinquedos do Grande ABC, o período de junho a dezembro é responsável por 70% das vendas dos produtos durante todo o ano. Essa estimativa se concentra nessa época do ano por conta do Dia das Crianças e do Natal.

A Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos) espera que as produtoras nacionais vendam 12% a mais neste ano, totalizando R$ 4.340 bilhões. Dentre as metas, destacam-se a retomada de 10% do mercado dos importados e a redução de 2% no preço do brinquedo ao consumidor. Em 2012, 55% do mercado havia sido de produtos importados e, 45%, de nacionais. Para 2013, o objetivo é inverter essa relação.
Para o professor de Economia da Fundação Santo André Volney Gouveia, a expectativa do setor é importante. “Essa projeção pode ser favorecida com o aumento do dólar (que encarece a concorrência importada), que estimula produção maior.”


Produtos chineses requerem cuidados

Um dos principais inimigos da indústria brasileira de brinquedos são os produtos importados. Muitas vezes, eles acabam custando mais barato, caso dos chineses, o que, por vezes, acaba servindo como fator decisivo na hora de escolher o presente.

De acordo com o professor de Economia da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica - São Paulo) Antônio Carlos Alves do Santos, essa disparidade acaba sendo prejudicial para a indústria nacional. “A produção doméstica tem um custo mais elevado, já que no Brasil temos fatores que contribuem, como salários mais altos do que na China”.

Para o professor de Economia da Fundação Santo André Volney Gouveia, a forma de produção também impacta no preço final. “A China produz uma quantidade variada de produtos, a custos competitivos, ou seja, super baixos.”

ALERTA - Comprar um importado desses, porém, pode sair caro. Os produtos chineses não possuem a mesma garantia e nem o controle de qualidade dos produzidos nacionalmente.

“A maioria desses produtos apresenta, com o tempo, defeitos como mau contato, por exemplo. A gente conhece vários casos na China que dão problema. Ou seja, apesar de os produtos brasileiros serem mais caros, eu aconselho os pais a comprarem, em nome da maior qualidade”, declarou o professor Santos.

Com a alta do dólar, entretanto, pode ser que a diferença entre os preços não sejam tão grandes, já que o câmbio impacta diretamente nos importados. “Esse é o fator positivo de o dólar estar mais alto, porque aí tem uma competição maior com os produtos brasileiros, fazendo com que os preços fiquem na mesma média”, declarou Gouveia.

Imposto responde a até 72% dos preços

O peso dos impostos sobre cada produto é outro fator que acaba deixando o presente para o Dia das Crianças mais caro. De acordo com o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), o valor da carga tributária pode representar mais da metade do preço total de cada produto.

O presente com a maior carga tributária é geralmente o mais pedido pelos meninos. O videogame Playstation, da marca Sony, que custa em média R$ 1.000, sairia por R$ 278,20 sem os impostos, de 72,18%. E quem vai comprar os jogos do aparelho também vai arcar com a mesma porcentagem de tributos. O valor de cada jogo, que fica na média de R$ 120, sairia por apenas R$ 33,38 sem a carga tributária brasileira.

O que também sai caro para o bolso dos pais é o tênis importado. O produto é o que tem a segunda maior carga tributária (58,59%), ficando atrás apenas do aparelho de videogame e dos jogos, que empatam em primeiro lugar. O par, que custa em média R$ 200, seria vendido por apenas R$ 82,82.

Logo depois vêm os tradicionais patins, que as garotas adoram. De seu preço, 52,78% são desembolsados com impostos. O valor do produto ficaria em R$ 94,44, em vez de R$ 200.

O Ipod Nano também teria seu preço reduzido a, praticamente, pela metade. O valor do aparelho, que fica em média de R$ 679, custaria R$ 343,23 sem contar os tributos de 49,45%.

Já o produto com o menor valor de tributos é o livro. Cada exemplar que fica em média R$ 50, custaria R$ 42,24. Ou seja, o valor dos tributos representa 15,52 %.

O computador de até R$ 3.000 tem uma carga tributária de 24,3%. O valor do eletrônico passaria de R$ 2.000 para R$ 1.514.
 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;