O contato com a poluição do ar é impossível de ser evitado, garantem especialistas. A inalação de partículas tóxicas oriundas de veículos e chaminés industriais é responsável pela morte de aproximadamente 2,5 pessoas ao dia no Grande ABC, segundo pesquisa do Instituto Saúde e Sustentabilidade.

Segundo o professor de pneumologia da UFABC (Universidade Federal do ABC) Elie Fiss, é impossível se proteger completamente. “É preciso evitar áreas onde está concentrada a maior parte dos poluentes, como vias congestionadas e regiões industriais.”

No entanto, o professor explica que a solução é investir em transporte público. “Precisa diminuir a queima de combustíveis. Isso significa diminuir o uso dos carros, e tentar usar os carros elétricos, o que já acontece em alguns países europeus”, exemplifica.

A pneumologista e consultora da SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia) Patrícia Canto Ribeiro sugere à população que evite fazer atividades físicas em horários em que a emissão de poluentes atinge picos – o que coincide com os momentos de maiores congestionamentos.

“O ideal é verificar a qualidade do ar nas estações de medição. Elas mostram o que pode ou não ser feito. Mas onde não tem medição, vale uma dica: os dias mais secos, principalmente no inverno, são os que apresentam pior qualidade”.

A médica explica que as doenças mais comuns são respiratórias, como asma e bronquite. “A poluição atinge mais fortemente crianças, idosos e quem sofre com alergias. Estudos demonstram que a hipertensão também é uma das consequências”, salienta.

Fiss desmente um hábito que muita gente pensa ser benéfico. Os vidros do carro fechados não evitam a exposição às toxinas. “No carro, mesmo o vidro estando fechado, há uma grande circulação de ar natural do veículo que carrega poluentes, portanto, não tem como evitar.”