Citando protestos de junho, Articulação de Esquerda reclama de alinhamento com empresariado
Os petistas da Articulação de Esquerda acusaram o PT de se afastar do movimento social desde que assumiu o poder nacional em 2003. O discurso contra as diretrizes do partido ocorreu ontem, durante o lançamento da candidatura das chapas da corrente no PED (Processo de Eleição Direta) nos diretórios do Grande ABC. A sessão foi marcada pela baixa adesão de militantes.
O subprefeito do Riacho Grande, Wagner Lino, disse que os dirigentes eleitos em novembro têm dever de tomar as rédeas da legenda, que se perdeu nos últimos anos. “Precisamos colocar o PT na linha. Eleger pessoas que tenham a capacidade de interpretar o momento que o País vive. Dirigir sem estar atrelado ao governo”, criticou, apesar de compor a administração de Luiz Marinho.
Candidato à presidência nacional da sigla, Valter Pomar ressaltou que as manifestações ocorridas em junho mostraram claramente a insatisfação da população com os rumos adotados pelo PT. “O partido precisa ter outra tática, outra estratégia e postura se quiser sobreviver neste momento político, que tende a ficar cada vez mais tencionado”, avaliou.
Pomar julgou inadmissível o fato de o partido depender e caminhar em perfeita harmonia com o empresariado brasileiro. “O PT precisa ter autofinanciamento. Metade do orçamento cotidiano nosso é composta por doação de empresários. A gente precisa ter autonomia para defender as posições do partido.”
Lício Lobo, militante de Diadema e postulante ao comando estadual do partido, alegou que a Articulação de Esquerda sempre foi conhecida por sua teimosia e perseverança pelas bandeiras sociais, discurso constatado nas ruas durante os protestos. “Precisamos ter mais paciência porque o momento histórico tem tudo a ver com a nossa fala”, considerou.
Lobo avaliou que a identificação vai render muitos votos para os candidatos da esquerda na eleição interna, pois existem diversos petistas descontentes com a legenda.
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