A escolha do estádio do Pacaembu para os dois jogos decisivos do campeonato estadual, dias 11 e 18 de abril, agradou o presidente do Paulista, Eduardo Palhares. Nem o fato de jogar longe de Jundiaí, casa do Galo, desanimou o dirigente. Ele quer ver as arquibancadas tingidas de vermelho, preto e branco. "Queremos levar pelo menos 15 mil torcedores do Jundiaí para o Pacaembu", afirmou Palhares nesta segunda-feira, após reunião na sede da Federação Paulista de Futebol (FPF).

Paulista e São Caetano farão uma final inédita na divisão de elite do futebol, embora os dois times já tenham decidido o Campeonato Paulista da Série A-2, em 2000. "Para nós é um grande momento e temos certeza que teremos o apoio da torcida na final", comemorou o presidente Eduardo Palhares.

O dirigente do Paulista reencontrou motivos para sorrir. Há uma semana, Palhares brigava no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) da FPF por causa da perda de três mandos de campo do estádio Dr.Jaime Cintra, em Jundiaí. O tricolor foi punido pelas confusões ocorridas no duelo contra a Ponte Preta, pelas quartas-de-final. O castigo impediu o Paulista de enfrentar o Palmeiras em casa na partida de volta da semifinal, que ocorreu em Araras.

Depois do sucesso alcançado pelo Paulista em duas jornadas fora de casa, Palhares é só alegria. O presidente até comemorou a proximidade entre Jundiaí e a capital paulista – cerca de 40 quilômetros, separados por duas estradas em excelentes condições de rodagem (as rodovias Anhangüera e Bandeirantes). "Considero o Pacaembu uma ótima opção, pois, além de confortável, é de fácil acesso aos torcedores que virão de Jundiaí."

O presidente Nairo Ferreira de Souza, do São Caetano, também se mostrou satisfeito com a escolha do Pacaembu para a final. "É um estádio de tradição, de grandes espetáculos. Tenho certeza que o São Caetano fará uma grande apresentação. Os torcedores não irão se arrepender de ir estádio."

Heróis - Os jogadores do Paulista tiveram folga nesta segunda-feira e puderam curtir o dia de heróis em Jundiaí. O volante Umberto e os atacantes Izaías e Davi foram almoçar frango com polenta e macarronada num dos restaurantes mais tradicionais da cidade, mantido por uma família que apóia o Paulista há cerca de quatro décadas.

Mas ninguém foi tão requisitado quanto o goleiro Márcio, responsável por duas defesas decisivas na disputa por pênaltis contra o Palmeiras. "Todo jogador queria estar na final. Estou muito feliz por isso", comemorou o jovem herói do Paulista, de apenas 22 anos. Em entrevista à Rádio Globo na noite desta segunda-feira, ele ressaltou que a chegada a uma decisão inédita é pouco para o Galo do Japi. "Não, não, não. Vamos buscar o título e vamos para cima do São Caetano", avisou.

Atleta do São Paulo, emprestado ao Paulista, Márcio revelou que considera Rogério Ceni o melhor goleiro do país. Mas ele não escondeu a admiração por Marcos, ídolo que ele desbancou na decisão por pênaltis de domingo. "Ele ficava falando que eu estava catando muito e que eu deveria parar com isso", lembrou Márcio, destacando que o rival o incentivou durante toda a disputa. "O cara é um pentacampeão mundial e você vê a humildade dele."

Outro que viveu dia de estrela nesta segunda-feira foi o meia Aílton, mais um atleta do São Paulo emprestado ao Paulista. O armador foi convidado pela Rádio Bandeirantes para participar do programa 'Esporte em Debate', realizado ao vivo numa pizzaria da capital paulista. "Espero que o Márcio pegue contra o São Caetano tanto quanto ele pegou contra o Palmeiras", elogiou o colega.

Aílton previu muita dureza na final. "Difícil, difícil como a gente pegou o Santos e o Palmeiras. Esse jogo é dos mais difíceis. Sempre disse que preferia que o Santos passasse, porque é um time que deixa jogar mais", analisou o meia, destacando a força defensiva do Azulão. "Mas vamos marcar o São Caetano como eles marcam a gente."

O técnico Zetti já pensa na equipe que colocará em campo no primeiro duelo da decisão. Os atacantes Izaías e Davi, suspensos, serão desfalques certos no jogo do próximo domingo, no Pacaembu.