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Inadimplente está na classe C, tem casa própria e é empregado do setor privado

SPC avalia que grande oferta de crédito e falta de educação financeira estimulam situação

Pedro Souza
do Diário do Grande ABC
28/08/2013 | 07:11
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O perfil do brasileiro inadimplente está traçado. Ele pertence à classe de consumo C, mora em residência própria, seja ela financiada ou quitada, estudou até se formar no Ensino Médio e, atualmente, está empregado no setor privado.

Estas características foram traçadas em pesquisa encomendada pelo SPC Brasil e publicadas ontem. Elas refletem condições da maioria dos inadimplentes entrevistados, que estão em um universo de 1.238 pessoas das 27 capitais brasileiras. A coleta ocorreu entre o período de 24 de julho e 1º de agosto.

Segundo o gerente financeiro do SPC Brasil, Flávio Borges, dois fatores são os principais estímulos para que a maioria dos inadimplentes esteja na classe de consumo C. “A falta de educação financeira e a grande oferta de crédito no País contribuíram para que esse grupo enfrentasse dificuldades para quitar suas dívidas em dia”, declarou.

No Grande ABC, com base na Pesquisa Socioeconômica do Inpes/USCS (Instituto de Pesquisas da Universidade Municipal de São Caetano), a classe C representa, aproximadamente, 38% da população. O rendimento médio familiar deste grupo, em fevereiro, último recorte do estudo, era de R$ 2.274,41.

Já em relação à casa própria, Borges analisa que o financiamento imobiliário contribui com o comprometimento da renda das famílias, e isso faz com que diminua a renda disponível para a liquidação das demais despesas.

DEFICITS - A instabilidade de emprego que as empresas oferecem, em comparação com o setor público, que naturalmente apresenta situação oposta, também pesa para o inadimplente, pontuou Borges.

Por fim, a escolaridade limitada ao Ensino Médio, junto à renda menor, diminuem as chances de as famílias se educarem financeiramente. E, desta maneira, com muito crédito no mercado, com facilidades para contratar e pouco conhecimento para controlar as contratações e o próprio orçamento, acabam estimulando os calotes, disse o gerente financeiro do SPC Brasil.

Quando foram considerados todos os entrevistados e depois separados aqueles que atrasaram a liquidação de suas contas, a pesquisa revelou que 38% entraram na inadimplência porque faltou controle financeiro ou planejamento.

Em outro questionamento, 46% informaram que as dívidas poderiam ter sido evitadas, mas ocorreu um descontrole orçamentário.




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