A reportagem publicada pelo Diário no último sábado, que reproduz os ofícios da FPF (Federação Paulista de Futebol) em que a entidade assume os erros nas inscrições dos jogadores Valdir e Osmar e, conseqüentemente, isenta o Santo André de culpa no processo que gerou a perda dos 12 pontos na Série B do Campeonato Brasileiro, será uma das bases para a ação que a torcida pretende mover na Justiça Comum. Os documentos não foram levados em conta no julgamento do recurso do clube do Grande ABC, na última quinta-feira, no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), no Rio de Janeiro. "A reportagem é um libelo em favor do nosso time", afirma Wigand Rodrigues dos Santos, que lidera o movimento.

A ação deverá ser formalizada nesta terça-feira e é uma alternativa da torcida para tentar devolver ao clube os 12 pontos perdidos, uma vez que o Santo André esgotou suas possibilidades no STJD e a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) impede que seus filiados entrem na Justiça Comum. "Não vamos aceitar de maneira contida uma aberração jurídica como esta. Não somos um vilarejo qualquer, mas sim uma das mais importantes cidades do país e o clube leva o nome desta cidade", afirmou Wigand.

Um ponto que é levado em consideração é o fato de Wigand já ter sido presidente do Santo André nas gestões iniciadas em 1971 e 1974, além de atualmente ser conselheiro da equipe. "Vamos decidir quais serão as pessoas que encabeçarão a ação. Eu não posso estar entre eles para que não seja feito nenhum tipo de ligação com o clube e, com isso, podemos prejudicar ainda mais o nosso Santo André", declarou.

Wigand considera a decisão do STJD discriminatória com o Santo André, uma vez que os pontos foram tirados do clube porque os jogadores Osmar e Valdir não tinham seus nomes relacionados no BID (Boletim Informativo Diário), enquanto o Coritiba, na mesma situação, recuperou os pontos que havia perdido.