Quatro profissionais formados em Medicina no Exterior confirmaram a adesão ao programa Mais Médicos, do governo federal, para trabalhar na região, sendo um em Santo André, dois em São Bernardo e um em Rio Grande da Serra.

Após abertura de inscrições para brasileiros, o Ministério da Saúde permitiu a adesão aos estrangeiros, incluindo profissionais de diferentes países e brasileiros com diplomas validados fora do País. Ao todo, nas duas modalidades, o Grande ABC teve nove adesões. O programa, lançado para ampliar o número de profissionais nas áreas mais carentes do Brasil, paga bolsa de R$ 10 mil, mais ajuda de custo, para o trabalho de 40 horas semanais na atenção básica.

Segundo a secretária de Rio Grande da Serra, Regina Maura Zetone, a médica que optou trabalhar no município é brasileira graduada no México. “Ela vai integrar o Programa de Saúde da Família da Vila Conde. Certamente vai somar muito para a cidade”, avalia.

Para a chefe da Pasta, a qualidade do ensino recebido pelos profissionais no Exterior só poderá ser avaliada no decorrer do programa. “Eles serão monitorados pelas universidades públicas federais e só vamos saber se dará certo com o passar do tempo. Acredito que esta é a melhor maneira de distribuir os médicos no País”, avalia.

O número de médicos brasileiros que escolheram atuar na região também cresceu, passando de três para cinco. Em 6 de agosto, quando o ministério publicou sua primeira lista, Santo André, São Bernardo e São Caetano tinham sido contempladas com um médico cada. Porém, na relação de municípios publicada ontem, houve acréscimo de mais um médico para São Caetano e outro para Ribeirão Pires.

Essa mudança ocorreu porque, devido à baixa adesão em todo o País, o governo federal prorrogou por duas vezes o prazo para os interessados homologassem a inscrição.

Embora o número de profissionais que escolheram atuar no Grande ABC seja nove, sete devem de fato atuar. Isso porque a Prefeitura de São Caetano informou que foi inserida de forma automática na lista de adesão do Mais Médicos por conta do convênio que mantém com o Provab (Programa de Valorização dos Profissionais na Atenção Básica), do governo federal, mas optou por não aderir ao programa.

Juntos, todos os municípios solicitaram 89 profissionais para atuar na atenção básica de Saúde. Apenas Diadema não realizou a inscrição.

Ribeirão Pires, que requeriu sete médicos, e Rio Grande da Serra, com pedido de seis, são as únicas classificadas como prioritárias pelo governo federal para o recebimento de médicos. O maior pedido foi feito por Mauá, com 46 médicos; seguida de São Bernardo, 20, e Santo André, nove.

Total de inscrições cobre apenas 10,5% da demanda do País

Na primeira seleção do programa Mais Médicos, que terminou na terça-feira, dos 1.618 médicos que confirmaram participação, 522 são formados no Exterior, sendo 358 estrangeiros e 164 brasileiros graduados fora do País. Os números significam a cobertura de 10,5% da demanda de 15.540 profissionais solicitados por 3.511 cidades.

Os médicos atuarão em 579 municípios e 18 DSEIs (Distritos Sanitários Especiais Indígenas), em um estimativa de atendimento a cerca de 6,5 milhões de usuários do SUS (Sistem Único de Saúde). A maioria dos estrangeiros que aderiram ao projeto atua hoje na Argentina (141), Espanha (100) e Cuba (74), e devem chegar no País entre nos dias 23 e 25.

Já o atendimento à população deve ser iniciado na segunda quinzena de setembro, após os médicos serem aprovados em curso de três semanas sobre Saúde pública brasileira e Língua Portuguesa.