Economia Titulo Mercado de trabalho
Emprego na indústria
volta a cair em julho

Foram fechadas 550 vagas na região, aponta
pesquisa do Ciesp com empresas associadas

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
15/08/2013 | 07:05
Compartilhar notícia
Denis Maciel/DGABC


Depois de sinalizar reação em junho, o nível de emprego nas fábricas do Grande ABC voltou a cair, de acordo com pesquisa realizada pelo Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) com empresas associadas às diretorias regionais da entidade na região. Por esse levantamento, houve a eliminação de aproximadamente 550 postos de trabalho no setor industrial em julho.

O cenário não é dos melhores. Ao acumular mais cortes do que contratações nos últimos meses, as fabricantes das sete cidades estão com redução de 1.850 vagas neste ano até agora e, em julho ante 12 meses atrás, estão com 4.900 postos a menos.

Dentre as regionais do Ciesp, a de Santo André (que reúne empresas também de Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra) foi a que mais contribuiu para puxar para baixo o indicador da região, ao contabilizar diminuição de 650 empregos no mês. Houve também o fechamento de cerca de 100 postos de trabalho em São Caetano. Em ambos, a variação negativa se deveu a diversos ramos industriais: de produtoras de artigos de borracha e plástico, autopeças até produtos alimentícios e itens de metal, entre outros.

Por sua vez, as empresas associadas à entidade em São Bernardo e em Diadema tiveram saldo ligeiramente positivo (admissões maiores que demissões) no mês, com a geração, respectivamente, de 150 e de 50 vagas. Esse movimento, que ficou mais próximo de uma estabilidade, ocorreu por admissões pontuais em segmentos como as áreas gráfica e química.

PESSIMISMO

Falta confiança dos empresários em relação ao panorama econômico atual, avalia o vice-diretor da regional do Ciesp de São Caetano, William Pesinato. “O problema é que a economia está em ritmo muito lento, muito abaixo do que deveria, o resultado está aí”, afirma. Mesmo em setores que apresentam recuperação das vendas, neste ano, como é o caso da indústria automotiva, há dificuldades para a retomada das contratações. Um dos fatores são as importações, que seguem em ritmo acelerado, apesar da recente valorização do dólar frente ao real. As compras de autopeças do Exterior, por exemplo, estão com alta de 20% no primeiro semestre na comparação com igual período de 2012.

Outro é o alto endividamento da população. Recente pesquisa da CNC (Confederação Nacional do Comércio) apontou que, em julho, o total de famílias endividadas no País chegou a 65%, bem mais que os 57% do mesmo mês de 2012.

REFORMULAÇÃO

Para o diretor titular do Ciesp de Diadema, Donizete Duarte da Silva, a indústria vai continuar “vivendo de solavancos”, se o País não rever seu modelo empresarial e educacional. O dirigente defende, por exemplo, a regulamentação da profissão do pesquisador no Brasil, para incentivar a pesquisa aplicada por parte das empresas. Isso, na sua avaliação, contribuiria para o desenvolvimento tecnológico do País. Hoje os recursos de financiamento à inovação têm de ser destinados a instituições acadêmicas. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;