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A pergunta e a resposta
Carlos Brickmann
14/08/2013 | 07:02
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O jornalista Ricardo Kotscho, diante das pesquisas que colocam Marina Silva em segundo lugar na disputa presidencial, logo abaixo de Dilma Rousseff, pergunta (http://noticias.r7.com/blogs/ricardo-kotscho/): E se Marina ganhar? Como e com quem vai governar?

A resposta, como diria o senador Suplicy se cantasse em português, é trazida pelo vento. Nada mais simples: se Marina Silva ganhar, vai governar com seus seguidores de sempre, adeptos da natureza, defensores do meio ambiente, protetores dos povos da floresta, praticantes da sustentabilidade, reciclagem e consumo responsável.

Terá a seu lado sonháticos que cuidam com carinho da terra; terá com ela o senador Sarney, o deputado Alfredo Nascimento, o senador Jucá, o deputado Maluf, o senador Renan Calheiros, o deputado Marcos Feliciano, o senador Fernando Collor; partidos preocupados com temas como o aquecimento global – PCdoB, por exemplo; líderes políticos comprometidos com a causa socioambiental, como Kassab, Delfim, Palocci, Waldemar Costa Neto. Não falta gente para formar um governo e até estender sua ecológica militância pelos Estados. A exemplo do Acre, império sustentável dos irmãos Jorge e Tião Vianna. 

Seguindo Marina, seus eventuais colaboradores serão, como ela, ativos defensores dos direitos dos animais – e, como ela, vegetarianos. Como são hoje, aliás; embora muitos deles não larguem do osso, a erva viva que circula em Brasília é o que melhor os alimenta. Se Marina ganhar, gente para ajudá-la não lhe faltará.

O terceiro nome

E, como quem pode dois pode três, a Guilherme Afif, que é vice-governador de Alckmin e ministro de Dilma, caberia acumular a coordenação da campanha de Marina. Marina é contra Dilma, e daí? Alckmin também é, e Afif dá um jeito.

Uma dúvida...

Trem-bala e caças supersônicos. Há algo que ande mais devagar neste País?

...uma resposta

Há: investigações sérias sobre corrupção em geral. A Petrobras comprou uma refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos, é acusada de ter pago muito mais do que o preço de mercado, e há meses conversa-se sobre o tema – só se conversa. Há também o depoimento de um ex-funcionário da Petrobras, João Augusto Henriques, sobre um esquema de corrupção que alimentava o PMDB. E, é claro, não pode ser investigado: o PMDB está no poder onde quer que haja poder, aliado aos mais diversos partidos. A ninguém interessa seguir o fio das investigações. Sabe-se lá onde este fio pode chegar? A mesma coisa ocorre com o caso Siemens – Alstom, que envolve formação de cartel para venda de serviços e equipamentos ao Metrô e aos trens urbanos de São Paulo. Acontece que as duas empresas vendem para o País inteiro, para governos de partidos diversos (por exemplo, a Alstom fornece turbinas para a usina de Belo Monte, obra federal). Fazer Carnaval, tudo bem: cada partido acusa o outro de corrupção, ameaça convocar CPIs, distribuir dossiês, revelar tudo sobre a ladroeira alheia. Mas investigar a sério é outra coisa: sabe-se direitinho aonde pode chegar o fio das investigações. E sabe-se que dá choque.

A história oficial

A secretária nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Regina Maria Filomena de Luca Miki, foi assaltada em Diadema. Deu queixa na delegacia, mas não contou que era secretária nacional de Segurança Pública. E, como seu celular tinha GPS, a Polícia achou tudo o que lhe tinha sido roubado. Louve-se a modéstia de sua excelência, que conseguiu prestar queixa sem informar o emprego que ocupa. Louve-se o comportamento dos bandidos, que não levaram consigo uma aliança de ouro nem uma caneta cravejada de cristais Swarowski, deixando-as ao lado do celular com GPS. Louve-se a polícia, que recuperou tudo. Louve-se este colunista, que reproduziu a história sem comentários.




Comentários

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