Foi dada a largada para o futuro. O tema da sétima edição do Desafio de Redação será 2020: O que eu posso fazer para mudar o meu mundo? A proposta foi divulgada ontem, durante evento de lançamento do concurso na USCS (Universidade Municipal de São Caetano).

Alunos de cerca de 300 escolas das sete cidades participarão do Desafio, promovido pelo Diário, correalizado pela USCS, patrocinado pela Petrobras e com apoio da Ecovias, concessionária que administra o SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes). As provas começam a ser aplicadas na segunda-feira, em Rio Grande da Serra.

Nas seis primeiras edições do concurso, que ocorre desde 2007, foram escritas 820 mil redações. A expectativa é chegar próximo a 1 milhão de textos, segundo o diretor de Redação do Diário, Sérgio Vieira. “É uma oportunidade de conhecermos o que pensam os estudantes da região. O tema possibilita que escrevam o que veem para si e para o mundo no futuro. É nosso dever dizer aos jovens que esse futuro começa agora.”

Além da bolsa de estudos de graduação da USCS, prêmio para a melhor redação produzida por aluno do 3º ano do Ensino Médio, a novidade é que será sorteada bolsa integral de estudos entre os professores dos estudantes ganhadores de todas as categorias. “Foi a forma que encontramos de reconhecer o incentivo dos educadores para se trabalhar o tema em qualquer área de ensino”, afirma a coordenadora de Marketing do Diário, Claudia Zeber.

A coordenadora de Comunicação do governo do Estado, Mariana Montoro, representou o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que não compareceu ao evento por problemas de agenda. “Essa iniciativa valoriza a capacidade de expressão e estimula o jovem a refletir sobre o mundo em que vive e o que deseja para o amanhã. Por isso, o impacto positivo vai além do concurso.”

Para o prefeito de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), o Desafio incentiva a busca pelo conhecimento, que representa salto importante para o crescimento do País. “Investir na Educação é caminho para um mundo mais justo.”

O secretário de Educação da cidade, Daniel Contro, destacou o concurso como ferramenta para estimular o ensino da norma culta da escrita. “Os jovens estão criando um código de linguagem paralelo na internet. O Brasil tem um dos vocabulários mais pobres da América Latina, e todo o ato que incentiva a norma culta da nossa língua pode ajudar a mudar essa realidade.”

Qualidade do ensino precisa avançar, diz secretário

O secretário de Educação de São Caetano, Daniel Contro, destacou durante o lançamento do Desafio de Redação que o Brasil precisa avançar na qualidade do ensino para que entremos na era da neuroeconomia. “A propriedade intelectual é o que mais importa agora, e a Educação é a principal estratégia.”

Os números apresentados pelo secretário, porém, dão a dimensão do problema a ser enfrentado pelo País: o Brasil ainda é a 54ª nação entre 65 concorrentes em programa de avaliação internacional. “Um aluno do 5º ano do Ensino Fundamental na Finlândia tem a mesma proeficiência em leitura que nossas crianças do 9º ano. Na mesma fase, apenas 27% dos estudantes escrevem em padrão da norma culta da Língua Portuguesa e só 9% aprenderam a Matemática esperada para esse nível de formação.”

Contro destacou ainda que a verba usada para educar 40 milhões de crianças no País é a mesma que se paga para os 4,8 milhões de aposentados. “No Ensino Básico, investimos R$ 4.200 por aluno, enquanto no Ensino Superior, o número salta para R$ 22 mil. Precisamos pensar não apenas na universalização da Educação, meta que já está praticamente cumprida, mas na qualidade do ensino que oferecemos às nossas crianças”, afirmou.

Alunos da USCS farão parte da correção

Alunos de gradução da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) irão participar da primeira fase de correções dos textos produzidos para o Desafio de Redação neste ano. A ação será contabilizada como atividade complementar, que tem carga horária obrigatória variável, dependendo de cada área. “Os alunos que mais aderiram são de cursos correlatos, como Pedagogia, Direito e Jornalismo”, destacou o professor Ricardo Carvalho de Almeida, da Coordenadoria de Integração, Desenvolvimento e Apoio Profissional e responsável pelas correções.

A primeira triagem seleciona os 15 mil melhores textos produzidos dentro do tema proposto. Do segundo crivo em diante, a participação dos professores de todos os cursos da instituição complementa o trabalho de seleção dos textos. “É um grande desafio, pois serão muitas redações e precisamos ser bastante criteriosos. Mas será interessante porque o tema propõe amplo debate tanto sobre o futuro dos jovens quanto da cidade onde eles vivem e também do País e do mundo”, afirmou o docente.