Política Titulo Entrevista
Salles não é 2ª opção, diz Covas

Segundo o secretário de Geraldo Alckmin, estadual vê clima favorável à aliança com pedetista em Sto.André

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
18/07/2012 | 07:53
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O secretário estadual de Meio Ambiente, Bruno Covas (PSDB), marcou presença ontem em Santo André para declarar publicamente adesão ao candidato ao Paço pelo PDT, Raimundo Salles, prometendo participar efetivamente da campanha. “A executiva se dividiu para acompanhar o processo nas principais cidades estratégicas ao partido, seja para a eleição de 2012 ou para 2014 (retribuição à reeleição do governador Geraldo Alckmin, PSDB).” Segundo o tucano, Salles não foi considerado pelo diretório de São Paulo como a segunda alternativa na cidade, apesar do acordo inicial de apoio à reeleição do prefeito Aidan Ravin (PTB). “O quadro que temos hoje deixa o partido animado, pois o clima é muito favorável. Sentimos forte entrosamento dentro do grupo.

 

DIÁRIO - Como componente do diretório de São Paulo, o que está certo sobre participação efetiva do PSDB estadual nas campanhas do Grande ABC?

BRUNO COVAS - A executiva tem toda atenção focada nos principais municípios do Estado estratégicos ao partido seja para eleição de 2012 assim como para 2014 e uma das cidades é Santo André. Por isso, onde é possível, vamos ajudar na coordenação política e participar na campanha.

 

DIÁRIO - O sr. participou da articulação em Santo André, que culminou na mudança de rota do PSDB, que apoiaria a reeleição do prefeito Aidan Ravin e depois migrou para a raia do PDT?

COVAS - A construção foi feita pelo partido local, que teve total autonomia para discutir o rumo. Nós somente referendamos e ajudamos a construir.

 

DIÁRIO - A qual conclusão o sr. chega do quadro após o rompimento do acordo?

COVAS - Nesta fase pré-eleitoral que se conclui com a convenção é natural que se converse com os candidatos, discuta internamente candidatura própria, coligação. Faz parte do processo para definir a melhor construção partidária.

 

DIÁRIO - O ex-coordenador regional do PSDB, deputado federal William Dib, foi enfático ao dizer que Aidan não estava preparado para o cargo. O sr. corrobora com a tese?

COVAS - Toda a escolha importa numa renúncia. Depois os políticos são julgados pelas atitudes e atos.

 

DIÁRIO - Quem errou no processo para desarticular a união que estava praticamente selada?

COVAS - Não sei dizer, mas o quadro que temos hoje deixa o partido animado. Não estamos aqui em Santo André com nenhum clima de segunda opção. O clima é muito favorável. Sentimos entrosamento forte dentro do partido com a candidatura do Salles. Estamos tranquilos com a escolha tomada na convenção e achamos que acabou sendo o melhor à legenda.

 

DIÁRIO - Pela ligação do vice Ricardo Torres com o sr., essa construção do presidente é vitória do Bruno Covas?

COVAS - Não. O Ricardo não virou dirigente do partido porque eu mandei o partido adotá-lo como presidente. Ele se tornou em razão de os integrantes verem nele uma liderança, de renovação, preparado, de palavra, e o elegeram para liderar esse processo.

 

DIÁRIO - Como a estadual entendeu esse processo de aborto de candidatura própria ao Paço em Santo André com o vereador Paulinho Serra?

COVAS - Com a maior naturalidade. O partido define o que é melhor, que acaba se adequando ao projeto, o que é mais fácil construir do ponto de vista eleitoral. Nós temos em São Paulo 645 municípios e não há 100% de candidatos. Às vezes é natural se coligar, se aliar para crescer e conseguir através da união implementar parte do programa de governo. Não é caso único. Eu mesmo em 2008 tentei ser candidato em Santos e o partido acabou querendo coligar com o então prefeito, do PMDB (João Paulo Tavares Papa).

 

DIÁRIO - E os tucanos no governo Aidan? O diretório não pedirá o desligamento?

COVAS - Na minha avaliação têm de sair do governo. É decisão que o partido precisa tomar aqui. A história do PSDB é essa. O partido nasceu quando era governo federal, estadual e as pessoas saíram porque acharam que a alternativa melhor era outra.

 

DIÁRIO - O partido fará um balanço ao fim das eleições?

COVAS - A executiva sempre faz avaliação dado o resultado para ver quantos vereadores foram eleitos. Onde teve piora em relação a 2008 e isso, inclusive, acaba gerando intervenções, pois precisa de vida.

 

DIÁRIO - Ao fim dessa construção, Dib deixou a coordenadoria regional do PSDB. Qual a sua análise da situação?

COVAS - Ele não saiu. Pode ter ficado nervoso, mas a executiva nem considera a hipótese de ele sair da coordenação. Para nós ele continua no posto.

 

DIÁRIO - Colocando o quadro da coordenação do Dib, o PSDB tem três candidaturas própria, sendo que em 2008 teve seis nomes. Como a estadual qualifica o trabalho?

COVAS- Não é só com candidaturas próprias que se mede a força. Tem os vices também, como a situação de oposição em São Bernardo em torno do (deputado estadual) Alex Manente (PPS). A gente está privilegiando palanques com grande possibilidade de êxito para poder depois ter número maciço de apoio aos nossos candidatos a governador e presidente.

 

DIÁRIO - Qual a garantia da presença do governador Geraldo Alckmin em Santo André?

COVAS - Ele é militante do partido e segue as decisões partidárias. O candidato do PSDB é o Salles. Ele tem a obrigatoriedade de governar para 40 milhões de pessoas e não tem tempo para participar efetivamente em cada cidade. Mas como apoio, se ele fosse eleitor de Santo André, votaria no Salles. Mas a campanha de rua não foi definida pela assessoria.

 

DIÁRIO - Num eventual segundo turno, Salles disse que o PDT apoiaria o PT. Como o PSDB ficaria nessa saia justa?

COVAS - Não trabalhamos com essa hipótese de não ir para o segundo turno. A atuação é para ganhar eleição. Não existe outra perspectiva.

 

DIÁRIO - Qual a estratégia do PSDB para evitar o fortalecimento do PT na região, sendo que a legenda trabalha com a chance de eleger seis prefeitos?

COVAS - Nós vamos para a rua, fazer o debate, mostrar o que faz o governo do Estado, os quadros partidários, as gestões do partido e conquistar a população. Não tem segredo. Já passou a fase de ficar dentro do escritório articulando.

 

DIÁRIO - O sr. vai participar das campanhas daqui?

COVAS - É claro. A estadual se dividiu para acompanhar o processo nas principais cidades. Eu ficarei em Santo André, Santos e algumas outras em que estarei diretamente ligado.

 

DIÁRIO - Está consolidado o seu ingresso na campanha para deputado federal?

COVAS - Sim. Em 2010 fui reeleito deputado estadual. Achava que seria importante sacramentar a votação. Acabei me tornando o deputado mais bem votado naquele pleito (239.150 votos). Virei secretário do Estado. Fui pré-candidato à prefeitura da Capital. Já me sinto em condições de tentar voo maior. Se tudo der certo serei candidato a deputado federal.




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