A Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), que representa as concessionárias de marca no País, reviu para baixo suas projeções para o crescimento das vendas de carros zero-quilômetro em 2013. Entre outros fatores, por causa de estimativas mais modestas para a expansão da economia nacional, apontadas nos últimos meses por relatórios do Banco Central. A federação calcula agora que o mercado de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus crescerá apenas 1,5% neste ano em relação ao volume vendido em 2012, o que significará o total de 3,9 milhões de unidades vendidas neste ano. Sua previsão anterior era de vendas 2,95% maiores. “Nossa atividade é ligada ao PIB (Produto Interno Bruto, ou seja, a soma das riquezas produzidas no País), quando a economia cresce abaixo de 3%, o mercado automotivo começa a andar de lado”, afirmou o presidente da Fenabrave, Flávio Meneghetti. Ele acrescentou que 2012 foi um ano atípico, por causa do incentivo de redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
Esse estímulo tributário também torna mais forte a base de comparação. No fim de maio de 2012, o governo reduziu o IPI, zerando o tributo para os carros de mil cilindradas, e, com isso, houve impulso na procura dos consumidores, interessados em aproveitar os preços atrativos, durante os três meses seguintes. Por isso, no mês passado, o total vendido ficou 6% abaixo do resultado de julho de 2012. Também por esse motivo, o setor desacelerou o ritmo: no primeiro semestre, as concessionárias autorizadas comercializaram volume 4,8% maior que nos seis meses iniciais do ano passado. Agora, nos sete primeiros meses do ano, o segmento vendeu 2,14 milhões de unidades, apenas 2,9% mais que no mesmo período de 2012.
O imposto ainda não voltou completamente aos patamares normais, o que deve ocorrer só em janeiro. Os automóveis 1.0 estão com IPI desde o início do ano em 2%. A alíquota original é 7%. Com essa expectativa de retirada total do incentivo, Meneghetti acredita que em novembro e dezembro as lojas devem ter algum aquecimento na demanda.
Apesar da comparação desvantajosa frente a 2012, as vendas de veículos em julho foram consideradas satisfatórias pela Fenabrave – cresceram 7% em relação a junho. Isso ocorreu graças, sobretudo, a promoções de montadoras e redes de revendas, que estão reduzindo margens de lucro para conseguir efetivar negócios, na avaliação de Meneghetti.
CAMINHÕES
A boa notícia da indústria automotiva ficou com os resultados das concessionárias de caminhões e ônibus. No acumulado dos primeiros sete meses, os dois segmentos, juntos, estão com 12% de expansão em relação ao mesmo período do ano passado e a Fenabrave prevê que esse ritmo deve se manter no fechamento de 2013.
O presidente executivo da entidade, Alarico Assumpção Júnior, explica que, no caso do transporte coletivo, várias prefeituras se preparam para a Copa do Mundo de 2014, renovando suas frotas. Em relação aos veículos de carga, o agronegócio colabora para impulsionar vendas. “Mas se não fosse o financiamento do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), teríamos problema”, diz. Isso porque o BNDES mantém, até o fim do ano, linha de crédito com juros especiais (no primeiro semestre, estava em 3% e desde de julho subiu para 4% ao ano) para a compra de caminhões e ônibus.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.