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Acredite se quiser

Pelo menos um político se revoltou contra a bandalheira do sigilo dos orçamentos da Copa e dos Jogos Olímpicos: José Sarney.

Por Carlos Brickmann
22/06/2011 | 00:00
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1 - Pelo menos um político se revoltou contra a bandalheira do sigilo dos orçamentos da Copa e dos Jogos Olímpicos: José Sarney. Quando Sarney acha que está havendo bandalheira, é prudente concordar com ele.

2 - O deputado federal Gabriel Chalita , presidente do PMDB paulistano, está contratando Lurian Silva, filha do ex-presidente Lula, para trabalhar com ele. Chalita trabalha em Brasília, tem base eleitoral em São Paulo; Lurian mora em Santa Catarina, onde é chefe de Gabinete do prefeito de São José, e promete continuar no cargo. Como? Nada é impossível: há pouco tempo, Chalita publicou biografia chapa-branquíssima de Lu Alckmin, mulher do governador tucano de São Paulo, e logo depois virou aliado de Lula desde criancinha. Se Chalita consegue ser simultaneamente alckmista, socialista, peemedebista e dilmista, por que Lurian não conseguiria estar em dois ou três lugares ao mesmo tempo?

3 - Na sexta-feira, o senador Aécio Neves, do PSDB mineiro, caiu do cavalo em sua fazenda, em Minas. Que é que Aécio, que não passava fins de semana em Minas nem quando era governador, estava fazendo fora do Rio?

4 - Aécio quer dirigir o País, mas quando dirigiu carro se recusou ao teste do bafômetro e ficou sem carteira; quando dirigiu o cavalo foi parar no chão. O problema talvez seja o cavalo. O presidente que preferiu seu cheiro ao cheiro do povo não terminou bem o mandato. Presidentes que derreteriam o bafômetro o Brasil já teve: um parou no meio do caminho, mas outro até elegeu sucessor.

SIGILO SIGILOSO E SECRETÍSSIMO

Do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcanti, citado por Lauro Jardim (http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/): "Sem querer abrir o sigilo dos documentos secretos e das verbas milionárias para a Copa, Dilma vai acabar não tendo o que mostrar ao final do seu governo. Nem mesmo o seu neto vai saber o que a avó fez". Talvez ela não venha a achar que isso seja tão ruim.

O POLÍTICO TEM DE IR...

Na sexta, suas excelências já estavam de folga. Como nesta semana há Corpus Christi e São João, nenhum parlamentar ousará ir ao Congresso para trabalhar. Mas, na quarta, dia 29, haverá sessões de novo. Fazendo as contas: dois feriados permitem que os nobres parlamentares tenham 12 dias de folga.

...AONDE O POVO ESTÁ

Oficialmente, o Congresso está funcionando - o que, em Brasília, significa trabalhar de terça a quinta. Mas, como se comprova sempre que um ministro diz alguma coisa, nem tudo o que é oficial é real. Deputados e senadores não abrem mão de participar, por nossa conta, das festas a que comparecem seus eleitores.

DESCANSEM MAIS...

É um dilema cruel: ou o pessoal não trabalha e gasta o dinheiro do caro leitor sem o menor retorno, ou o pessoal trabalha e aí, sim, faz aleluia com o dinheiro do caro leitor. A Câmara Federal aprovou plebiscito para dividir o Pará e, onde há hoje um Estado, colocar três: o próprio Pará, Tapajós e Carajás. Cada um desses Estados, segundo cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, divulgados pelo portal Contas Abertas, custa R$ 832 milhões por ano. Fazendo a conta: em vez dos R$ 832 milhões do Pará, vamos gastar R$ 2,5 bilhões por ano - fora o Palácio do Governo, a Assembleia, os prédios para as secretarias, a papelada, o avião do governador, os automóveis. É barato: você paga. /CW

...É MAIS BARATO

O portal Contas Abertas listou outros Estados que podem ser criados: Alto Solimões (no Amazonas), São Francisco (na Bahia), Maranhão do Sul, Mato Grosso do Norte, Araguaia (nos dois Matos Grossos atuais), Gurguéia (no Piauí) e Triângulo Mineiro. Multiplique esse número por R$ 832 milhões e tenha a despesa anual. Mas não é só: há projetos para criar os territórios de Oiapoque (no Amapá), Rio Negro, Juruá (no Amazonas) e Pantanal (nos dois Matos Grossos). Em seu último mandato, o governador mineiro Hélio Garcia passou boa parte do tempo em sua fazenda. Quando lhe perguntaram por que ficava tão pouco no palácio, explicou: "Cada dia que não trabalho o Estado faz muita economia".




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