Cidades planejam adesão ao programa Mais Médicos, do governo federal, para suprir carência
O Grande ABC tem deficit de pelo menos 150 médicos na rede básica de Saúde. Na tentativa de reverter o problema, municípios da região que não integram lista das cidades prioritárias também planejam aderir ao programa Mais Médicos, lançado pelo governo federal na segunda-feira.
Entre as sete cidades, apenas Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra estão entre as 47 localidades do Estado consideradas vulneráveis. No entanto, Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá farão adesão à iniciativa. São Caetano informou não ter dificuldade na contratação dos profissionais e, por isso, não tem planos de participar da medida.
O município com maior demanda por médicos é Diadema. A Prefeitura estima a necessidade de 80 profissionais para completar o quadro nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e PSF (Programa Saúde da Família).
Em Santo André, o secretário de Saúde, Homero Nepomuceno, destacou que, de acordo com os critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde, a cidade teria direito a receber cerca de 20 profissionais, mas a intenção é contratar 35 médicos. “Temos 35 UBSs e em todas há períodos descobertos”, explica.
De acordo com o secretário de Saúde de São Bernardo, Arthur Chioro, a cidade tem 14 vagas para médicos da atenção básica em aberto e 14 UBSs em áreas carentes – onde os profissionais contratados pelo programa devem atuar. A cidade enfrenta dificuldade para preencher vagas mesmo ofertando estrutura adequada nas unidades de saúde e salário de R$ 14 mil mensais. “Essa é uma luta histórica dos gestores de Saúde”, comemorou Chioro, ao referir-se ao programa federal.
A secretária de Saúde de Mauá, Lumena Furtado, realiza estudo para definir quantos profissionais são necessários atualmente na rede básica do município. “Estamos otimistas com o programa e nos mobilizando para reformar as UBSs em tempo”, comenta. Recentemente, a Prefeitura pleiteou R$ 8 milhões junto ao governo federal para as melhorias.
Ribeirão Pires tem deficit de cerca de 18 clínicos gerais enquanto Rio Grande da Serra precisa atualmente de cinco médicos.
PROGRAMA
O programa Mais Médicos tem meta de ampliar a presença em áreas carentes do País. Para isso, oferece bolsa de R$ 10 mil mais ajuda de custo para estimular esses profissionais a atuarem na rede básica. Além dos municípios, os médicos interessados também precisam aderir ao programa.
Cidades prioritárias recebem R$ 1,8 mi para construção de quatro UBSs
Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, listadas entre as cidades prioritárias para receber contratados a partir do programa Mais Médicos, do governo federal, foram contempladas com R$ 1,8 milhão para a construção de quatro UBSs (Unidades Básicas de Saúde). Nos dois casos, as unidades substituirão prédios alugados para a oferta do serviço básico de Saúde.
A reestruturação da rede das cidades é um dos critérios estabelecidos pelo programa Mais Médicos e tem intuito de garantir condições de trabalho aos profissionais.
Em Rio Grande da Serra, as duas unidades do tipo 1 – oferecem equipe de Saúde da família – serão construídas na Vila Niwa e Vila São João e demandarão investimento de R$ 800 mil. Conforme explica a secretária de Saúde da cidade, Regina Maura Zetone, o benefício representa melhor infraestrutura para o atendimento da população e, em consequência, para fixação dos médicos. Cada unidade atende, em média, 1.000 pessoas por mês.
Na cidade vizinha, Ribeirão Pires, os moradores dos bairros Jardim Valentina e 4ª Divisão serão contemplados. O investimento será de R$ 1 milhão para duas UBSs do tipo 2 – ofertam duas equipes do Programa de Saúde da Família e têm capacidade para atender até 6.000 pessoas.
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