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Vídeo revela agressão
de policiais a
manifestantes; veja

Jovens foram alvo de bombas de efeito moral e um deles foi espancado; PM abriu investigação

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
05/07/2013 | 07:00
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Reprodução


Um vídeo gravado a partir de câmeras de segurança de uma residência flagrou policiais militares agredindo manifestantes durante protesto realizado na segunda-feira em São Bernardo. A gravação, feita a partir de dois ângulos diferentes, revela que o grupo de militantes é alvo de bombas de efeito moral na Rua Marmará, no Jardim do Mar. Um jovem, mesmo sem demonstrar reação, é espancado por homens com capacetes e cassetetes. Em nota, a Polícia Militar declarou que os policiais envolvidos no ato serão processados, podendo ser demitidos da corporação.

As cenas, com duração de quase três minutos, foram gravadas por volta das 21h40 e visualizadas por cerca de 61,2 mil pessoas no YouTube até a noite de ontem.

As imagens revelam que o grupo de manifestantes é encurralado e atingido por bombas enquanto segue pela via. Depois que a fumaça baixa, policiais começam a espancar um jovem de cabelo comprido, mesmo depois de caído. As agressões duram um minuto e incluem chutes no rosto e nas costas, até que a pessoa é algemada e encostada na parede.

Em evento realizado ontem pela manhã, no Palácio dos Bandeirantes, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, informou desconhecer as imagens e afirmou que não houve registro de agressão por parte da GCM (Guarda Civil Municipal). “O que houve foi depredação do prédio da Prefeitura. Há guardas que tiveram de ser socorridos por receber pedradas. A guarda agiu na contenção do tumulto para não invadirem o Paço”, destaca.

Já o governador Geraldo Alckmin (PSDB) limitou-se a comentar que a Polícia Militar tem agido no sentido de acompanhar os protestos e dar segurança aos manifestantes. “Só não pode permitir destruição do patrimônio público e privado.”

A Polícia Militar esclareceu que está apurando rigorosamente os fatos e que foi aberto IPM (Inquérito Policial Militar) pelo CPAM-6 (Comando de Policiamento de Área do Grande ABC ).

Segundo a nota, os fatos são acompanhados pela Corregedoria e, com as provas obtidas no IPM, os policiais militares envolvidos serão processados, podendo sofrer pena de demissão da corporação, além de arcar com as consequências penais de seus atos.

O comando da Polícia Militar do Estado de São Paulo classificou como “lamentável” o ocorrido e destacou que a ação não reflete a conduta da maioria dos policiais de São Paulo – “mulheres e homens honestos que honram a farda no cumprimento do dever de proteger a sociedade e combater o crime”.

O quarto protesto realizado em São Bernardo, organizado e convocado pelas redes sociais, terminou como os anteriores: em quebra-quebra e confrontos de grupos radicais com policiais e a GCM. Sete pessoas foram detidas, uma foi baleada e um guarda-civil ficou ferido. 




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